Recentemente a cantora Preta Gil relatou que faz acompanhamento com fisioterapia pélvica após ter passado por um procedimento cirúrgico. Mas por quê?
Neste artigo tento explicar melhor essa relação. Em linhas gerais, o que faz esses pacientes necessitarem de fisioterapia pélvica são os efeitos colaterais desses tratamentos. Uma cirurgia como a realizada por Preta, além de gerar uma alteração anatômica, gera aderência no tecido e lesão de nervos e vasos, que podem alterar a função de evacuação.
Nesses casos, a fisioterapia pélvica irá atuar então com o objetivo de prevenir e tratar possíveis sintomas como urgência evacuatória, dificuldade de evacuar, perda incontrolável de fezes e gases, entre outros. Mas como aconteceu todo esse processo de Preta até ela chegar à fisioterapia?
Em março, a cantora deu uma entrevista relatando que no pré-carnaval ficou internada após apresentar quadros de sangramento retal e dores de cabeça. Nessa internação ela foi diagnosticada com câncer de cólon e reto.
Na mesma entrevista, a cantora ressaltou que iria passar por três fases de tratamento: quimioterapia, radioterapia e, por fim, cirurgia. O câncer nada mais é do que um processo em que as células se multiplicam de forma errada e desordenada no nosso corpo, formando assim um tecido neoplásico, que conhecido popularmente como tumor.
Os tratamentos farmacológicos, como a quimioterapia e a radioterapia, têm como objetivo atacar as células do nosso corpo que estão passando por esse processo. Já na intervenção cirúrgica o médico demarca a porção comprometida pelo tumor e faz a retirada.
Alguns pacientes necessitam ficar um tempo com a bolsa de colostomia. Ou seja, uma bolsinha ligada à pele para que ocorra a saída das fezes, até que ocorra a cicatrização total do local em que o médico fez o procedimento.
Em alguns casos, em razão do avanço da medicina, nem se faz mais necessário o uso da colostomia.
Voltando à fisioterapia pélvica, para que o tratamento ocorra de forma efetiva, o profissional realiza a liberação miofascial desse tecido, restabelecer a sensibilidade, coordenação, força e relaxamento.
Então, a fisioterapia pélvica, não é apenas sobre simplesmente fortalecer o assoalho pélvico, mas sim sobre reabilitar integralmente a função evacuatória do paciente.
Seja para tratamentos ou procedimentos de saúde, sempre vale consultar um profissional experiente e com amplo conhecimento na especialidade em que você precisa.
Thaís Págio Chagas é fisioterapeuta especializada na região pélvica e sexualidade humana e professora universitária.
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