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Voz da inclusão

por Feapaes-ES

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Racismo e capacitismo

Capacitismo e racismo dificultam educação

O estudo aponta a falta de ambientes acessíveis como um dos principais problemas relatados pelos alunos entrevistados, sem que houvesse intervenções por parte das escolas para resolver a situação.

Discriminação racial e capacitismo nas escolas públicas frequentadas por pessoas negras com deficiência.

Uma pesquisa de mestrado da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), defendida em 2023 e divulgada na quinta-feira passada (6), indica a presença de discriminação racial e capacitismo nas escolas públicas frequentadas por pessoas negras com deficiência.

O estudo aponta a falta de ambientes acessíveis como um dos principais problemas relatados pelos alunos entrevistados, sem que houvesse intervenções por parte das escolas para resolver a situação. Georgton Anderson da Silva, autor da pesquisa, explicou ao Jornal da USP que as entrevistas foram realizadas com pessoas negras que se autodeclararam pretas ou pardas, possuíam algum tipo de deficiência, e cursaram o ensino fundamental ou médio em escolas públicas.

Foram selecionados três indivíduos para o estudo: um com deficiência visual, outro com mobilidade reduzida e outro com autismo. Jeferson, um dos entrevistados cujo nome foi substituído por um pseudônimo, relatou que enfrentou discriminação por parte da instituição de ensino, sendo impedido de participar de passeios escolares por ser usuário de cadeira de rodas. Além disso, encontrou resistência da diretoria ao tentar mobilizar a construção de uma rampa para melhorar sua locomoção. Quando a rampa foi construída, não atendia aos critérios necessários.

Os entrevistados relataram que o momento mais satisfatório da trajetória escolar foi a conclusão dos estudos, indicando que a experiência escolar foi difícil e, em alguns casos, traumática. Anderson destaca que a falta de acessibilidade e a discriminação contribuem para a evasão escolar e a criação de um ambiente hostil, onde as questões de deficiência e raça não são abordadas adequadamente.

O pesquisador observa que os alunos enfrentam um duplo estigma, tanto racial quanto de deficiência, resultando em sua invisibilização em determinados contextos.