Crédito: Freepik
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Um dos principais desafios é o alto índice de analfabetismo entre pessoas com deficiência
Apesar da Lei Brasileira de Inclusão, que visa garantir a igualdade de oportunidades para pessoas com deficiência, a realidade ainda apresenta desafios significativos nos campos da educação e do trabalho. Segundo o Observatório Nacional dos Direitos Humanos (ObservaDH), plataforma do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), é necessário mais atenção para promover a inclusão.
Um dos principais desafios é o alto índice de analfabetismo entre pessoas com deficiência. Cerca de duas em cada dez pessoas com deficiência, com 15 anos ou mais, não sabem ler e escrever, o que representa uma taxa de analfabetismo quase cinco vezes maior do que entre as pessoas sem deficiência.
Outro problema é a falta de acessibilidade nas escolas. De acordo com o Observatório, 34% dos colégios no Brasil não possuem recursos de acessibilidade, como rampas, portas largas e corrimãos. Sinalizações visuais, táteis e sonoras são ainda mais raras. São Paulo, apesar de ser o estado com o maior número de escolas, tem 55% delas sem qualquer recurso de acessibilidade. O Distrito Federal se destaca positivamente, com 95% das suas escolas equipadas com recursos de acessibilidade. Em contraste, o Amazonas possui apenas um terço de suas escolas com algum tipo de iniciativa neste quesito.
No mercado de trabalho, apenas cinco em cada dez pessoas com deficiência, entre 30 e 49 anos, estão na força de trabalho, enquanto oito em cada dez pessoas sem deficiência estão inseridas no mercado. Além disso, há uma diferença salarial significativa entre pessoas com e sem deficiência. Em média, pessoas com deficiência recebem 31,2% a menos do que aqueles sem deficiência.
A desigualdade salarial é ainda mais evidente quando se considera sexo, raça e nível de instrução. Mulheres com deficiência ganham 28% a menos do que homens com deficiência e 34% a menos do que mulheres sem deficiência. Pessoas negras com deficiência recebem 36,2% a menos do que pessoas brancas com deficiência.
A taxa de trabalho informal é alta entre as pessoas com deficiência, especialmente entre aqueles com baixa escolaridade, alcançando 72,4%. Além disso, 55% das pessoas com deficiência ocupadas trabalham na informalidade, em comparação com 38,7% das pessoas sem deficiência.