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Voz da inclusão

por Feapaes-ES

Mulher negra apreensiva

Crédito: Freepik

Machismo

Para além do autismo, o machismo

Crédito: Freepik

O machismo impacta mulheres autistas de forma diferente

Os sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) em mulheres frequentemente se manifestam de maneira sutil e podem ser mascarados por habilidades sociais compensatórias. Muitas mulheres autistas desenvolvem estratégias de camuflagem social, como imitar comportamentos e suprimir traços autísticos, para se ajustarem a ambientes sociais e profissionais. Essas estratégias, embora pareçam eficazes, frequentemente resultam em exaustão emocional e mental, ansiedade crônica, depressão e sensação de alienação.

No ambiente escolar e de trabalho, mulheres com TEA podem enfrentar desafios significativos em comunicação social, flexibilidade comportamental e adaptação a mudanças inesperadas. Sintomas tardios podem incluir dificuldade em compreender normas sociais implícitas, necessidade de rotina e previsibilidade, hipersensibilidade sensorial e problemas na gestão do tempo e organização. Esses desafios podem afetar negativamente o desempenho profissional, a satisfação no trabalho e as relações pessoais.

Um dos principais desafios é a falta de conscientização e compreensão do autismo em mulheres. Muitas não recebem diagnósticos precisos até a vida adulta, o que significa que podem passar grande parte de suas vidas sem os apoios necessários. Em ambientes sociais e profissionais, características como extroversão, adaptabilidade rápida e habilidades de estabelecer redes são frequentemente valorizadas, o que pode ser particularmente desafiador para mulheres autistas.

O estresse associado à camuflagem constante é outro fator significativo. A pressão para esconder traços autísticos e se adaptar às expectativas sociais pode levar ao esgotamento e ao aumento de comorbidades psiquiátricas, como ansiedade e depressão. A falta de acomodações adequadas e a ausência de uma cultura inclusiva agravam esses problemas.

Para enfrentar os desafios enfrentados por mulheres autistas no mercado de trabalho, é crucial adotar estratégias inclusivas e personalizadas. Empresas devem promover a conscientização sobre o TEA em mulheres, incluindo treinamentos que abordem as diferenças de gênero na manifestação do autismo. Sensibilizar gestores e colegas de trabalho sobre os desafios específicos enfrentados por mulheres autistas pode criar um ambiente de apoio e compreensão.