A reforma no Congresso é um modelo de acessibilidade
Reeleita em junho para o Comitê da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) está promovendo medidas para melhorar a acessibilidade nas sessões do Sistema ONU, incluindo o acesso ao púlpito da Assembleia Geral, onde pessoas usuárias de cadeira de rodas atualmente só podem discursar do chão.
Gabrilli busca que a Organização das Nações Unidas se inspire na reforma realizada no Senado Federal após sua eleição. O Senado agora possui acessibilidade nas salas de comissão e no Plenário, processo semelhante ao implementado na Câmara quando ela era deputada federal. As mudanças foram apresentadas ao Chefe de Engenharia da Sede das Nações Unidas, em Nova York, Claudio Santangelo, com detalhes sobre a engenharia do Palácio do Congresso Nacional e os trabalhos realizados desde 2006 para tornar o Plenário do Senado acessível.
Santangelo acredita que a apresentação pode inspirar novas possibilidades e soluções de acessibilidade na ONU. Segundo ele, as modificações na ONU devem ser concluídas nas próximas semanas.
O primeiro contato com a administração da sede da ONU ocorreu em junho, durante a 17ª COSP (Conferência dos Estados Partes da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência). Na ocasião, a delegação brasileira encaminhou um ofício à Secretaria-Geral das Nações Unidas sobre a falta de acessibilidade para usuários de cadeira de rodas no púlpito. Desde então, as equipes de Mara Gabrilli, do Senado e da ONU têm se reunido para discutir o assunto.
Em reuniões durante seu processo eleitoral, Gabrilli discutiu a importância da acessibilidade na ONU com diplomatas de 76 países. Ela destacou que o Brasil, que já tornou a Câmara e o Senado Federal acessíveis, tem muito a contribuir. Além disso, ressaltou que o prédio da ONU em Nova York e o Palácio do Congresso Nacional foram projetados pelo mesmo arquiteto, o brasileiro Oscar Niemeyer.
