Abr 2021
18
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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porStefany Sampaio

Do problema a solução

No setor agropecuário, já há uma série de estudos para melhoria de reutilização ou recolhimento de resíduos. Existem bons exemplos como as embalagens de agrotóxicos, que possuem um programa de recolhimento em âmbito nacional para descarte adequado, e o bagaço de cana-de-açúcar pós-moagem e vinhoto, que pode agregar valor nas usinas de açúcar e álcool.

Pela proximidade da colheita, trataremos hoje sobre a palha de café. No processo de beneficiamento do grão, esse resíduo é produzido em grande volume no estado. Mesmo assim, existem duas alternativas: ignora-se seu uso ou o descarte geralmente ocorre de maneira incorreta.

Contudo, esses procedimentos não são ideais. Isso porque a palha de café pode melhorar a retenção de umidade do solo, controlar a erosão, diminuir a temperatura do solo, incentivar a atividade biológica do solo e controlar o crescimento de plantas invasoras, conhecidas popularmente como pragas.

O engenheiro agrônomo e pesquisador, Vinicius Oliveira, explica que a palha é uma ótima alternativa ao produtor e recomenda o uso para aplicações em cobertura na lavoura, onde haverá liberação de nutrientes próximos às raízes de plantas novas.

“Diferente do que muitos produtores pensam, não é necessário fazer o enterrio. O mais adequado consiste em esparramar a palha numa faixa de cerca de 50-70 cm, abrangendo os 2 lados da linha, depois do plantio ou para adubação de plantas adultas.” afirma.

Para ele, o cuidado essencial consiste em não colocar camada grossa ou montes, com, no máximo, uns 2 cm de altura, para evitar problemas de queima e morte de mudas recém plantadas.

O manejo inadequado pode queimar o tronco da planta, seja por absorção e transmissão de calor do sol, ou, principalmente, pelo aquecimento devido ao processo de fermentação da palha.

Pesquisas ainda mostram que a palha de café comum contém cerca de 1,5 % de N, 0,15% de P e 3,0 % de K, além de cálcio, magnésio, enxofre e micronutrientes. Seu retorno para a lavoura representa cerca de 35 % dos nutrientes retirados pela produção, com economia na adubação química suplementar e com a vantagem, conforme já dito, da liberação lenta dos nutrientes.

Assim, a palha que sobra do beneficiamento do café, que poderia ser um problema por se tratar de um passivo ambiental, se transforma em solução para a adubação da lavoura.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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