Os novos produtos de exportação do ES
Este ano está se consolidando como um dos melhores para o emprego na agropecuária. No primeiro trimestre de 2021, foram geradas 60.575 novas vagas no setor, já com os ajustes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para janeiro e fevereiro, sendo 3.535 postos em março, mês que não tinha saldo positivo desde 2011. Com o resultado positivo nos três primeiros meses do ano, a agropecuária teve seu melhor desempenho desde 2007, considerando a mesma faixa temporal, quando o saldo foi de 62.245 vagas.
A análise está no Comunicado Técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e foi feita com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na semana passada pelo Ministério da Economia.
Segundo a CNA, houve geração de empregos em quase todas as regiões no acumulado de janeiro, fevereiro e março deste ano. As regiões Sudeste (44.477) e Centro-Oeste (11.668) foram as regiões que mais criaram oportunidade de trabalho no período. A exceção foi o Nordeste, onde foram encerrados 7.530 postos de trabalho. São Paulo, por exemplo, liderou a geração de empregos nos três primeiros meses de 2021, com 36.146 novas vagas, o que representa 59,7% do total do setor. Em seguida, aparece Minas Gerais, com 7.467 vagas (12,3% do total). No Nordeste, a Bahia foi o único estado com saldo positivo: 3.085 vagas (5,1% do total).
Por atividade agropecuária, as três que mais criaram empregos foram o cultivo da soja (12.656), de frutas de lavoura permanente, exceto laranja (10.722) e criação de bovinos (9.782). Juntas, estas culturas responderam por 54,7% do total.
A partir de janeiro do ano passado, uma nova metodologia foi implementada, trazendo informações de três sistemas: Caged, eSocial e Empregador Web, que registra os pedidos de seguro-desemprego. O eSocial, por outro lado, foi criado em 2014 e unifica registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Assim, a captação de dados é mais detalhada, pois considera categorias como estagiários, autônomos e trabalhadores com contrato definido em prazo determinado, enquanto o antigo Caged computava apenas admissões e demissões no regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Dessa forma, por ter maior fonte de informações, a contagem é distinta do modelo anterior, o que impede a comparação direta em uma mesma série histórica.
Além disso, é possível que haja uma subnotificação das demissões com a mudança, por conta de empresas que fecharam. Isso porque o Caged mostra as vagas declaradas por essas instituições, ou seja, as que não resistiram ao choque da pandemia não informam mais esses dados.
Mesmo assim, vale destacar que o saldo atual representa parte da retomada econômica e da melhora das expectativas com a aplicação das vacinas em território nacional. A ideia central é que esses números devem ser interpretados com ceticismo. Especialistas apontam que informações com maior grau de precisão devem ser divulgadas no lançamento do resultado da Relação Anual de Informações Sociais (Rais 2020), no segundo semestre de 2021.
Cenário capixaba
Apesar da pequena dimensão territorial, o agronegócio do Espírito Santo se destaca nos cenários nacional e internacional. Hoje, o setor emprega 33% da população economicamente ativa e é responsável por 30% do PIB do estado, sendo a atividade mais relevante em 80% dos municípios capixabas.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória