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A coluna de hoje é para homenagear todas mulheres brasileiras que são mães e, em especial, produtoras rurais. Neste dia, destacar a jornada de algumas dessas guerreiras que conciliam as funções de mães em tempo integral e trabalhadoras no campo. Por isso, conheça a história da Dona Maria Loss Gambert Schiavon, produtora e trabalhadora rural de 60 anos, moradora de Linhares.
Dona Maria é daquelas pessoas que ganhou o coração da nossa equipe em algumas conversas. Nossa homenageada nasceu em Rio Bananal e é filha de Olinda Maria Marquiori e Arlindo Loss Gambert, descendentes de italianos.
O sustento dos filhos é uma preocupação constante para todas as mães. E foi justamente este cuidado com a família que fez seus pais ensinarem, sabiamente, os 15 filhos sobre os valores do campo. “Eu tenho muito orgulho de dizer da nossa história, pois somos em 14 irmãos vivos que nasceram no meio rural e escolhemos até hoje estar aqui, continuando os caminhos que os pais ensinaram. Todos somos trabalhadores rurais com pequenas propriedades. E não temos vontade de trocar essa vida”, conta Dona Maria com empolgação.
No início não foi fácil, pelas dificuldades por ser mulher em um ambiente majoritariamente de homens, mas ela afirma que pior do que isso, é o preconceito das pessoas por ela ser “roceira”. No entanto, hoje com 60 anos, depois de vivenciar muitas experiências, afirma: “Tenho orgulho de ser produtora e trabalhadora rural. Amo a roça e trabalho, cada dia em uma atividade dentro do meu sítio. Estou honrada de estar aqui mantendo a história da minha família”, complementa.
Dona Maria encara muitos desafios diariamente como mulher, esposa e agricultora, mas como se não bastasse uma rotina movimentada em sua propriedade, ela ainda tira tempo para mais uma missão: ser avó de 3 netos. Como ela diz, isso a faz ser mãe duas vezes. Em toda conversa, percebemos em suas palavras o amor pela atividade rural e por tudo que isso representa para ela, que se mantém firme no propósito de proporcionar uma vida melhor para sua família e para os agricultores familiares vizinhos.
Os planos para o futuro? Dona Maria afirma que são muitos e incluem a produção de cacau fino e produção de chocolate na sua propriedade.
“Ser produtora rural me orgulha muito e é igual a qualquer outra atividade urbana. Eu agradeço por ter tido a oportunidade de criar as minhas duas filhas, Rosilene e Rosilda, em contato com a natureza e ver meus netos também crescendo com esse amor pelo campo”, finaliza.
A filha de Dona Maria, Rosilene, compartilhou como se sente ao ter uma mãe rural: “Eu tenho orgulho de ter crescido no campo e o legado deles em mim é de saber que a terra foi da onde tiramos o sustento para formar nossa família e é a base de tudo. Hoje, por mais que eu não trabalhe no campo, ver uma chuva ou saber que o preço da saca de café subiu, deixa meu coração com muita alegria, porque a roça é o sonho e a alegria deles”.
Cada vez mais, as mulheres se fazem presentes no campo do agronegócio — como pecuaristas, pesquisadoras, agricultoras, executivas de empresas do setor e empreendedoras. Acompanhando a evolução em todos os segmentos profissionais, é possível observar que não há mais espaço para competição, mas sim para união de esforços.
A partir do Censo Agropecuário de 2017, o IBGE identificou 947 mil mulheres responsáveis pela gestão de propriedades rurais, de um universo de 5,07 milhões. A maioria está na região Nordeste (57%), seguida pelo Sudeste (14%), Norte (12%), Sul (11%) e Centro-Oeste, que concentra apenas 6% do universo de mulheres dirigentes.
Contudo, não é só na gestão que as mulheres podem e devem estar. Hoje, observa-se que elas participam de todas as atividades, desde a operação de maquinários dentro da porteira até o comando de multinacionais, como exemplo da Malu Nachreiner, primeira mulher a liderar uma divisão agrícola no Brasil.
Nossa homenagem nesse dia oportuno, é para lembrar que por mais que as mulheres estejam conquistando um espaço no agronegócio, há ainda muitos preconceitos que precisam ser quebrados e um grande caminho a ser percorrido para que, daqui a alguns anos, seja possível dizer que há igualdade de gênero no segmento rural.
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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória