Atualmente, o cacau de Linhares representa 85% da produção de todo o Espírito Santo e se destaca não só pelos diversos usos do fruto, mas também pelo selo de indicação geográfica, que atesta a qualificação e as características regionais do produto. Para entender sobre esse momento da cacauicultura, conversamos com o Franco Fiorot, Especialista em Comunicação Integrada, Gestão do Agronegócio e Secretário de Agricultura de Linhares.
O cacau é um produto símbolo no município por toda representatividade que tem ao longo da história local. Cultivado comercialmente há mais de 100 anos, quando foi introduzido no município, o fruto tem forte contribuição no aspecto econômico e social do município. Além disso, o cultivo é o grande responsável por preservar boa parte da Mata Atlântica ainda existente, por conciliar produção e conservação no sistema de cabruca, termo utilizado para descrever o tipo de prática agroflorestal, no qual maneja culturas à sombra das árvores nativas.
Hoje, a cacauicultura linharense se destaca pelos novos modelos produtivos que têm surgido, resultantes de pesquisas e do perfil empreendedor dos agricultores locais. Mesmo com a doença da vassoura-de-bruxa, o setor tem buscado se reinventar a fim de conseguir retomar os índices de produtividade da cultura local para garantir renda das famílias envolvidas nesta atividade. Com o intuito de que isso ocorra, é essencial a renovação das lavouras antigas por novos materiais genéticos mais produtivos e tolerantes a doenças e também melhorias no manejo da lavoura.
“Quando assumimos a secretaria percebemos que era preciso acelerar esse processo dando o suporte aos cacauicultores. Por isso, a Prefeitura tem apoiado com acompanhamento técnico e subsídio às mudas de cacau para essa renovação. Já distribuímos 60.000 mudas e esse ano serão mais 50.000 entregues”, afirma Fiorot.
Outra conquista do município foi o selo de Indicação Geográfica (IG). Os proprietários que recebem esse registro, concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), têm assegurado que seus produtos ou áreas de produção têm a qualidade e as características que as tornam exclusivas.
“É o início de um processo gradativo e estamos na busca de parcerias a fim de potencializar ações que fortalecem a cacauicultura. E isso tem acontecido por meio da busca por investimentos empresariais em Linhares, capitaneada pelo prefeito, que tem consolidado grandes indústrias do setor de alimentos para o município e, em breve, podemos ter grandes novidades para o setor”, acrescenta.
Outra ação, que é realizada anualmente, é o Concurso da Qualidade de Amêndoas de Cacau Capixaba que visa reconhecer e incentivar os produtores do ES, em especial de Linhares, a produzir uma amêndoa com qualificação elevada, visando a conquista de um mercado diferenciado.
“Temos incentivado a qualidade da amêndoa com ações de capacitação e o nosso pioneiro concurso de qualidade que lançamos em 2017 e ganhou projeção estadual, possibilitando produtores de outros municípios participarem desse movimento também”, destaca Fiorot.
Os produtores do município estão aptos a participar na “Categoria Linhares”, enquanto os de outras cidades na “Categoria Demais municípios do Espírito Santo”. As inscrições estão sendo realizadas na Secretaria Municipal de Agricultura e nos demais municípios, ela deve ser feita nos escritórios locais do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Os produtores interessados, podem escrever sua amostra até o dia 12 de julho.
O concurso é uma realização da Secretaria de Agricultura, Aquicultura, Pecuária e Abastecimento, da Prefeitura Municipal de Linhares e da Chocolates Garoto, com o apoio do Incaper, Ceplac, Sicoob, Cargill, Sebrae, Faes / Senar / SRL, Centro de Inovação do Cacau (CIC), Comitê Nacional de Qualidade de Cacau Especial (CNQCE), Acau, Apropeba, Coopercau e a organização do Instituto Ampliê.
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