Agronegócio capixaba contará com proteção à desastres
A febre aftosa, conhecida entre os pecuaristas, é capaz de afetar tanto animais quanto pessoas, com a maior incidência ocorrendo entre os bovinos. Além da campanha de vacinação, já abordada na Agro Business, o Brasil também foi reconhecido por entidade internacional pelo trabalho em tornar diversas áreas livres da doença, reconhecendo o trabalho de diversos profissionais que atuam no campo.
Na última quinta-feira (27), a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) certificou os estados do Acre, Paraná, Rio Grande do Sul e Rondônia como áreas livres da enfermidade, mesmo sem a vacinação. A certificação também foi concedida a 14 cidades do Amazonas e a cinco municípios do Mato Grosso. Em números, são mais de 40 milhões de cabeças que deixam de ser vacinadas, o que corresponde a cerca de 20% do rebanho bovino brasileiro. Por outro lado, 47,2% do rebanho suíno também se beneficiam desses resultados. Em termos de imunizantes, cerca de 60 milhões de doses anuais da vacina deixam de ser utilizadas, gerando uma economia de aproximadamente R$ 90 milhões aos produtores rurais.
O processo de transição de zonas livres de febre aftosa com vacinação para livre sem o imunizante está previsto no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE PNEFA), conforme estabelecido pelo Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa). Espera-se que o país se torne totalmente livre da doença sem imunização até o ano de 2026. Até o momento da certificação, o estado de Santa Catarina era o primeiro e único a receber o reconhecimento internacional.
A erradicação da doença no Brasil é perseguida há mais de 60 anos pelo governo federal e autoridades sanitárias, e vem ocorrendo por etapas. Os prejuízos diretos e indiretos ocasionados e as limitações à comercialização de produtos pecuários exigem constante esforço com o objetivo prevenir a enfermidade e proporcionar condições para tornar o país livre de casos.
O primeiro registro oficial ocorreu em 1895 e o último foco ocorreu no ano de 2006 e todo o território nacional foi reconhecido pela OIE como livre da doença em 2018, com e sem vacinação. Esse movimento converge no caminho de maior credibilidade da pecuária nacional, destacando o país como referência no combate e na qualidade dos produtos derivados desses animais.
O Ministério da Saúde decidiu prorrogar a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza até o dia 30 de junho de 2020. A iniciativa é válida para que as Unidades Federadas que ainda não atingiram a meta de vacinar ao menos 90% dos grupos prioritários.
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