Em 2021, exportações da agropecuária seguem em alta
Se você já comeu um chocolate artesanal, provavelmente viu escrito no rótulo o termo “bean to bar” ou “tree to bar”.
Essa é uma nova tendência do setor, que veio para atender a demanda por maior qualidade, sabor e sofisticação dos produtos por parte dos consumidores. Mas o que significa esse conceito?
Considerando a tradução livre do inglês para o português, a expressão significa “do grão à barra”. Nesse sentido, a fabricação desses chocolates partem diretamente do grãos, ou seja, da amêndoa do cacau, que são cultivadas de forma sustentável até chegar ao formato final de barras, em sua forma mais natural possível.
A partir dessa lógica, os fabricantes que trabalham neste formato tendem a se relacionar direta e intimamente com os cacauicultores, com o objetivo de entender a procedência da amêndoa que compram e certificando-se de que naquela fazenda não há trabalho irregular ou degradação do meio ambiente. Dessa forma, eles possuem a capacidade de repassar a origem dos processos produtivos aos consumidores finais.
Apesar de ser um movimento relativamente recente no país, com as primeiras experiências sendo realizadas em 2012, essa tendência atende diretamente aos anseios dos consumidores.
Isso porque, quando falamos do segmento de alimentos, qualidade e confiabilidade são um dos principais elementos motivadores de consumo, representados por 23% dos 1512 entrevistados na pesquisa da Fiesp em parceria com o Ibope sobre o perfil do consumo de alimentos no Brasil, publicada no ano passado.
O cacau com conceito de origem tem um valor que pode ser de 100 a 500% do valor do cacau commodity, pois é o fazendeiro que determina o preço e não o mercado.
Em suma, quando falamos do bean to bar, o grande objetivo não é substituir as grandes marcas do mercado. Na verdade, a ideia central é dar destaque e incluir o produtor de cacau no processo, garantindo rastreabilidade e boa origem dos insumos usados na fabricação do chocolate.
O Estado é o terceiro maior produtor de cacau do Brasil, mas a produção capixaba vem crescendo não apenas em quantidade, mas principalmente, em qualidade. E por esse trabalho dos produtores rurais, que hoje vemos um aumento do número de fábricas de chocolates no Estado, contribuindo para o fortalecimento de toda a cadeia produtiva do cacau.
Veja quais são as 27 marcas de chocolate capixabas, segundo levantamento pioneiro feito pelo cacauicultor de Linhares Emir de Macedo Gomes Filho:
1-Cacau em Cor/Emir Filho/Linhares
2-Espírito Cacau/Paulo Gonçalves/Serra
3-Chocolates Espírito Santo/José Manoel/Iconha
4-Cascatinha/Colatina
5-Pepê/ Santa Teresa
6-Chocolates Anchieta/Edson
7-Perobas Cacau/Soeiro/Linhares
8-Barcaça/Fernando Buffon/Linhares
9-Floresta Cacau/Luiz Soresini/Aracruz
10-Rumas/Licione/Linhares
11-Manah/Guilherme Resende/Linhares
12-d’ Cacau/Érica Rangel
13-Ateliê dos Chocolates/Renato/Pedra Azul
14-Piul Chocolates/Venda Nova
15-Cacalmenara/Colatina
16-Ibiraçu Cacau/Lucia/José Nelson
17-Reinholz Chocolates/Fabiana/Colatina
18- Faccínio Chocolates/São Gabriel Palha
19-Santo Cacau/Vitória
20-Chocolate Ana Bandeira
21-Familia Ximenes
22- Lamberti
23-Rio Doce/Popermayer/Linhares
24- Cacau Chauã/Miguel Português
25-Capitão Redighieri/St Tereza
26-Chocolin, amêndoas e derivados
27-Divino Cacau/João Neiva
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória