Apesar do agronegócio brasileiro ter alcançado um crescimento de 5,7% no primeiro trimestre de 2021, no Espírito Santo houve um movimento contrário: o setor recuou cerca de 3,4% em relação ao quarto trimestre de 2020, com a série ajustada sazonalmente, segundo relatório da Findes/Ideies. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a queda foi ainda maior, batendo o valor de 7,7%.
Após duas altas consecutivas nos dois últimos agregados de três meses do ano anterior, esse foi o primeiro resultado para a abertura do ano. Apesar disso, o nível de atividade ainda está acima do nível pré-pandemia em cerca de 3,4%. Esse movimento foi puxado por baixa na agricultura (-1,9%) e também na pecuária (-10,9%).
Apesar da pecuária representar a menor parte do setor de agropecuária do estado (35%), ao retrair 10,9% o segmento refletiu em 4,8% percentuais na comparação anual, isto é, na retração de 7,7%. Por subsetores, os mais prejudicados foram as atividades de bovinos, aves e ovos, com leve crescimento das atividades de leite e de suínos no trimestre.
O principal fator que influenciou foi o aumento de custos em toda a cadeia produtiva, o que vem onerando os produtores capixabas. O encarecimento de insumos como milho, farelo de soja, energia elétrica e combustíveis foram os que representaram a maior parte dessas pressões, freando os avanços do setor.
Nesse mesmo contexto, a agricultura, que representa 65% da agropecuária do estado, contribuiu com redução de 2,9 pontos percentuais da queda na comparação anual. O recuo foi influenciado pela queda na produção do café arábica e da produção de banana, pimenta-do-reino e tomate, principais produtos da lavoura capixaba.
Além da desvalorização do real que vem provocando aumento das despesas com insumos importados, ainda vale ressaltar que as adversidades climáticas e sazonalidades vem afetando o segmento, como no caso dos efeitos da bienalidade negativa previstos para este ano nas colheitas de café.
Mesmo assim, em termos nacionais, a agropecuária vem liderando a retomada econômica do país, mantendo-se a 5,8% acima do patamar pré-pandemia em termos de produto. Os desafios agora se concentram no ES, uma vez que no mesmo levantamento da Findes/Ideies, a tendência de queda ainda deve se manter para os próximos meses.
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