A importância do crédito rural no agronegócio
Em seu 14º Plano Quinquenal (2021-2025), a China coloca a agenda climática em seu radar, com o objetivo de reduzir a poluição e garantir maior compromisso e segurança alimentar. A meta é atingir o pico de emissões de gases do efeito estufa em 2030, quando será alcançado o ponto intermediário para o desafio de neutralizá-las até 2060. Essas novas pautas da economia chinesa interferem diretamente em outros países emergentes e exportadores de commodities agrícolas. Entenda mais sobre o assunto.
Se antes a agenda de sustentabilidade era preocupação secundária de alguns países, o governo da China está convencido de que é preciso mudar esta história. Esse movimento tem acontecido principalmente por estar vendo que está cada vez mais exposta aos impactos das mudanças climáticas e observando as oportunidade de se posicionar como peça-chave na nova economia. Além disso, se não agir, a China, que é o maior exportador mundial, encontrará barreiras ambientais cada vez maiores em outros mercados.
Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), duas autoridades chinesas foram direto ao ponto em evento on-line do Conselho Empresarial China-Brasil no último 21 de maio, ressaltando que a “conservação de terras aráveis, reciclagem de recursos, mudanças climáticas e biodiversidade” são fatores que servirão de base para novas parcerias técnicas em agricultura sustentável com o Brasil. E ainda na reunião, o embaixador da China no país, Yang Wanming, destacou que há um crescente interesse dos consumidores chineses por alimentos orgânicos e sistemas de produção sustentáveis.
Por isso, ao já possuir uma forte parceria comercial com a China, o país pode não só se beneficiar dos novos movimentos asiáticos, mas ajudá-los a cumprir com seu plano de desenvolvimento, impulsionando o agronegócio nacional.
Mostrando que estamos prontos, desde as boas práticas nas lavouras até o comprometimento do comércio exportador com critérios socioambientais. Comprometidos à atender as principais exigências de segurança sanitária, qualidade da matéria-prima, escala de produção e sustentabilidade.
Nesse contexto, um dos produtos nacionais que pode se destacar dentro dessas exigências é o café. Desde as boas práticas de cultivo até o atendimento aos critérios de preservação sócio ambiental, cumprindo com as exigências da agenda chinesa. Não à toa, em 2020, os embarques de café destinados à potência asiática fecharam com alta de 12% em relação ao ano anterior, mas ainda há muito espaço para crescer.
Para se ter uma ideia, da importância dos embarques de cafés, mesmo antes do fechamento da temporada 2020/21, o Brasil já bateu o recorde em volume exportado durante uma safra. De julho de 2020 ao final de maio deste ano, o país remeteu 42,5 milhões de sacas ao exterior, o que representa incremento de 14,3% sobre idêntico intervalo anterior e supera as 41,4 milhões de sacas registradas nos 12 meses do ciclo 2018/19, até então o maior nível apurado nas remessas de café do país.
Segundo dados do último relatório do CECAFE, a receita cambial com os envios de café ao exterior nos 11 meses da safra 2020/21 totalizou US$ 5,406 bilhões – melhor patamar dos últimos cinco anos –, montante que implica alta de 12,8% na comparação com os recursos obtidos com os embarques de julho de 2019 ao fim de maio de 2020.
Além disso dos bons números em volume, os grãos produzidos no país e no Espírito Santo, também têm se destacado na qualidade. Rendendo diversos reconhecimentos como os selos de indicações geográficas do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), que são a comprovação de que o Brasil consegue fornecer produtos de excelência a nível global.
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