Na cafeicultura, é consenso que a falta de controle no mato tende a provocar perda de produtividade. Isso porque essa vegetação compete por nutrientes, espaço, luz e água com as o cafezal, prejudicando seu crescimento e desempenho. Nesse contexto, o produtor rural de Sooretama, no Espírito Santo, Tiago Camiletti aplicou um manejo diferenciado para controlar essas perdas.
A alternativa encontrada por Camiletti foi o uso de capim braquiária ruziziensis. Nesse sentido, o que antes era manejado como uma planta daninha e com fama vilão pelos produtores, hoje tornou-se um grande aliado. Assim, o capim se sobressaiu entre as demais técnicas de manejo por atender características como aumento dos ganhos econômicos pelo controle do mato, redução da necessidade de uso de defensivos e aumento da capacidade de retenção da água pelo solo em 20% e elevação da quantidade de matéria orgânica no solo.
Por outro lado, a braquiária gera resíduos vegetais que servem de fonte de nutrientes para as plantas cultivadas, principalmente quando reciclam na projeção da copa, os elementos absorvidos na rua do cafezal, crescimento da planta e o mecanismo que controla a perda de água.
“Iniciamos esse trabalho há cerca de seis anos, com o intuito de amenizar a temperatura do solo, aumentar o índice de matéria orgânica e combater pragas que atacam a lavoura. Além disso, é possível reciclar as propriedades do solo onde as raízes do café não alcançam”, afrima Camiletti.
Outro aspecto importante é a atuação da braquiária também inibindo algumas plantas daninhas, ou mesmo servindo de hospedeira de inimigos naturais, de pragas que causam danos ao cafeeiro.
“No ano que tivemos infestação de lagarta aqui na região, observamos o quanto esse manejo foi importante. Ao invés da lagarta comer o café, ela comeu a brachiaria. O que foi excelente para nós!” conclui.
Apesar das vantagens apresentadas é preciso que cada produtor avalie a necessidade de sua área e também a viabilidade, para que não haja competição por recursos como água, luz e nutrientes. Ainda, vale ressaltar que, como as raízes do cafeeiro concentram-se nos primeiros 30 centímetros da superfície, embaixo da projeção da copa, a braquiária pode não se desenvolve por falta de luz. Logo, também é importante analisar o terreno antes de realizar o plantio.
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