Onda de frio prejudica produtores rurais do Brasil
A força crescente do agronegócio na economia brasileira abre novas fronteiras em outros mercados. Dessa vez, o barter, prática consolidada no setor, extrapola as fronteiras: agora, os produtores podem comprar novos carros a partir da entrega de uma determinada quantidade da futura colheita, recebendo o carro ou qualquer outro bem em questão, como uma compra a prazo.
O processo de compra envolve a emissão de uma nota conhecida como Cédulas de Produto Rural, oferecida às montadoras especificando quanto do produto será entregue e em qual data. Esse processo simplifica, em partes, a transação, pois o produtor comprador não precisa vender a sua colheita e levantar todo o valor para efetuar a compra. Ainda, não há a necessidade de um financiamento, por exemplo.
Por outro lado, a segurança também se torna uma vantagem para o comprador, visto que a quantidade é pré-fixada com base na cotação atual, protegendo os clientes de desvalorização dos grãos. Assim, o risco da variação de preço fica com as montadoras, que são as responsáveis pela venda e liquidação dos produtos e sacas no mercado.
Além disso, montadoras como a Fiat ou a Toyota contratam operadoras financeiras para recomprar as sacas e tomar os riscos, utilizando da expertise na área para lucrar com os ciclos de produção.
Eliminando a etapa de vender os grãos para levantar fundos, as marcas buscam se tornar mais atrativas aos produtores rurais, que representam 16% das vendas diretas no caso da Toyota. Nesse sentido, as operações de compra por meio do barter se tornam uma situação vantajosa para ambos os lados.
Por fim, a busca por sustentabilidade nessas compras se torna cada vez mais uma tendência nesse mercado. Algumas montadoras apenas fecham o negócio se a comercialização de grãos de plantio for sustentável, com a emissão de certificações ambientais.
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