Entre 2019 e 2020, as vendas de perecíveis industrializados registraram aumento de 19,6% e as de in natura, 23,8%, segundo dados publicados na revista Super Varejo, de julho de 2021. Em especial, ao longo da pandemia, as famílias passaram a fazer suas refeições em casa, o que aumentou os gastos com alimentação nos supermercados em detrimento de idas aos restaurantes, recorrendo mais vezes às comidas industrializadas ou a busca por produtos naturais.
Ao longo da pandemia, as principais mudanças ocorreram nos relação aos produtos industrializados. Isso pode ser explicado por alguns fatores como a extensa validade comumente observada, o que garante a capacidade de estocagem por parte dos consumidores.
Por outro lado, o crescimento do consumo de produtos in natura pode ser explicado pela procura por hábitos mais saudáveis entre os consumidores. Em geral, os grandes destaques que contribuíram para a alta registrada foram os sucos 100% frutas, os vegetais congelados e os hortifrutis minimamente processados.
Nesse sentido, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), a tendência é que esses novos hábitos se mantenham, já que, em geral, os compradores buscam alimentos mais práticos em relação ao preparo e com ingredientes saudáveis e naturais. Segundo pesquisa realizada pela Nielsen, por exemplo, 38% dos brasileiros têm interesse por bebidas com ingredientes naturais.
Além disso, as opções de compra realizadas no momento atual, como enlatados, engarrafados e congelados, podem se tornar hábitos de consumo a longo prazo, ainda segundo consultoria. Já a Euromonitor projeta que, até 2025, as vendas no comércio do segmento premium, que abrange esses alimentos e os sucos 100% frutas, aumentem em ritmo significativo.
Nesse contexto, o nicho de vegetais processados e de sucos 100% naturais é uma nova oportunidade para os produtores rurais. Nesse contexto, os principais sabores de suco 100% são laranja e uva, com cada um correspondendo por quase metade do total consumido.
Assim, em 2020 e 2021, segundo as consultorias já citadas, a expectativa é de crescimento deste segmento, dada a tendência de crescimento do consumo de alimentos saudáveis. Além disso, estas bebidas são mais consumidas por pessoas de maior renda, menos afetadas pela pandemia ou por choques econômicos em geral.
Em relação aos vegetais, os maiores crescimentos são esperados para as versões congeladas, que têm vida útil mais longa, como a batata pré-frita. Mesmo assim, os vegetais processados ainda possuem seu espaço nesse mercado. Por fim, os produtos com composição de tomate também possuem forte potencial de crescimento ao longo dos próximos anos.
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