Do bilhão ao trilhão: no ES e no Brasil, agronegócio segue batendo recordes
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre apresentou estabilidade, com leve queda de 0,1%, na comparação com os primeiros três meses do ano, quando o PIB cresceu 1,2%. Esse resultado foi abaixo do consenso de mercado, que também esperava estabilidade, mas com leve expansão de 0,2%. Vale lembrar que na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, houve crescimento de 12,4%.
Mas como o agronegócio reagiu a esses movimentos?
Na comparação com os outros setores, o de indústria (-0,2%) e de serviços (+0,7%), a agropecuário teve um desempenho destoante, com uma queda de 2,8%, na comparação com o trimestre imediatamente anterior.
Em relação à mesma janela de tempo de 2020, houve crescimento de 1,3%, no acumulado dos últimos quatro trimestres, encerrado em junho deste ano e levando em conta o mesmo período do ano anterior, registrou-se avanço de 2% e, no acumulado de 2021, comparado ao acumulado de 2020 no mesmo período, a evolução foi de 3,3%.
Na prática, dos R$ 2,1 trilhões do PIB no segundo trimestre em valores correntes, R$ 180 bilhões foram gerados pela agropecuária, desconsiderando as cadeias relacionadas à serviços no agronegócio e a agroindústria.
Este resultado pode ser explicado, principalmente, pelo desempenho positivo de alguns produtos da lavoura com safra relevante no segundo trimestre, como a soja (9,8%) e o arroz (4,1%). Por outro lado, houve recuos nas estimativas de produção anual das culturas de café (-21,0%), algodão (-16,6%) e milho (-11,3%).
Nesse sentido, os principais motivadores para essas quebras de safra em alguns produtos são, em primeiro lugar, a crise hídrica, que vem se agravando a medida que os níveis de chuvas seguem baixos no país, e as geadas que afetaram a produção em lugares no Sudeste, no Sul e no Centro-Oeste.
Por fim, outros fatores como a alta do dólar, que por um lado beneficia os exportadores, mas afeta os importadores, e a quebra na cadeia de suprimentos global, pelo “desbalanço” entre nações em retomada e aquelas afetadas pela variante delta, encarecem os preços dos insumos. Nessa ótica, os produtores tem o custo pressionado, influenciando diretamente na produção.
Mas vale lembrar que boa parte desses movimentos observados são sazonais e que a expectativa para o agronegócio ainda é fortemente positiva até o fim de 2021.
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