Economia do ES cresce forte no 1º semestre, mas agro patina
Linhares é o maior produtor de tilápias do Espírito Santo, com cerca de 30,5% da contribuição total nesse ramo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em números, o município pode entregar ao mercado cerca de 150 toneladas por mês desse peixe. Isso se deve pelas diversas lagoas que existem na região. Por isso, conversamos com Antônio Roberte Bourguignon, produtor rural no maior complexo de psicultura sustentável do mundo.
Stefany: Qual a importância da psicultura para o estado?
Antônio: Apesar de ser um segmento relativamente novo em termos de tempo, é uma atividade fortemente produtiva. Na prática, os resultados financeiros são relevantes para a quantidade de terras disponíveis para a produção. Além disso, produzimos um produto de proteína animal com alto valor agregado na produção e para a saúde.
Stefany: Antes a produção era realizada na lagoa, mas agora, vocês realizam essa produção dentro de tanques escavados em terra. Quais os motivos para essa mudança de método?
Antônio: Dois principais fatores motivaram a troca. Em primeiro lugar, tivemos uma inversão térmica em nossas águas, que geraram algumas perdas na produção e financeiras. Por outro lado, a população e os turistas começaram a usar as lagoas como ponto de lazer, assim, movemos a nosso local de produção, devido à poluição visual que os tanques em rede causavam.
Assim, esse novo método, além de ser mais ecológico e sustentável, inovamos com os tanques também elevados acima do solo.
Stefany: E como ocorrerão as fases de investimento e de implementação desse novo modelo? Qual será a capacidade produtiva?
Antônio: Nosso desejo era inaugurar ainda esse mês. Contudo, precisávamos atender as exigências ambientais. Além disso, o método é todo automatizado e trabalharemos com menor necessidade de mão de obra. Assim, devido ao nível técnico da produção, o montante investido chegará na ordem de R$ 10 milhões.
Com o modelo de produção focado no conforto do peixe, buscamos uma produção intensiva, com cerca de 100 a 110 toneladas por mês. Hoje, de imediato, focamos em tilápias, mas nossa estrutura nos permite pensar e estudar também outras culturas.
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