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Em agosto deste ano, os preços de café registraram novas altas, pelo décimo mês consecutivo. Esses movimentos refletem as preocupações com a oferta dos grãos, devido às condições climáticas adversas nos principais países produtores, como o Brasil. Além disso, os custos do frete seguem em escalada, influenciando nas cotações finais e encarecendo os insumos para os produtores.
Na prática, o seu cafézinho pode ficar cada vez mais caro.
A média mensal do indicador composto da Organização Internacional do Café (OIC), que mede os preços dos principais tipos e origens de cafés, avançou 5,2% em agosto. Nesse sentido, o nível alcançado em agosto de 2021 representou um aumento de 51,3% desde o início do atual ano cafeeiro, sendo, na prática, uma a maior elevação nos preços no mercado de café desde 2014.
Segundo a própria OIC, o café arábica apresentou as maiores evoluções, enquanto o café robusta variou moderadamente. Vale ressaltar que o tamanho das safras ainda segue como a principal preocupação, uma vez que as recentes geadas e a crise hídrica influenciam diretamente nos resultados obtidos pelos produtores nas lavouras.
Por outro lado, o Rabobank indicou que, em setembro de 2021, o preço médio do café na ICE-NY cresceu 56% em relação aos últimos 12 meses. No Brasil, a saca de 60 kg de café arábica alcançaram mais um recorde nominal neste mês e, está valendo em média R$1.082, um incremento de 92% em comparação a setembro 2020. Junto desses fatores, o crescimento de 311% no preço do frete, que atingiu o patamar de US$ 10 mil por contêiner neste mês, também segue influenciando nos preços dos grão até o fim do ano.
De acordo com a OIC, as exportações de todas as formas de café de todos os países exportadores para todos os destinos totalizaram 10,7 milhões de sacas de 60 kg em julho de 2021. Esses movimentos representam um aumento de 1,7% em comparação com as 10,5 milhões de sacas em julho de 2020.
Contudo, o nível das exportações totais em julho deste ano é 4,4% inferior ao volume de 11,9 milhões de sacas registrado no mesmo mês de 2019, antes da pandemia. As exportações totais de todas as formas de café nos primeiros dez meses do ano cafeeiro de 2020/2021 (outubro de 2020 – julho de 2021) chegaram a 108,96 milhões de sacas, aumento de 2,2% em comparação com 106,63 milhões de sacas durante o mesmo período do ano cafeeiro de 2019/2020.
As exportações acumuladas de agosto de 2020 a julho de 2021 são estimadas em 129,7 milhões de sacas, aumento de 1,6% em comparação com as 127,6 milhões de sacas registradas de na mesma janela temporal de 2019 a 2020.
Também, o consumo mundial esperado segue em alta, com projeção de atingir 167,01 milhões de sacas no ano cafeeiro de 2020 e 2021, crescendo 1,9% em relação ao período anterior. Por fim, o consumo interno nos países produtores representou 30,2% do volume total do consumo mundial, sendo os restantes 69,8% consumidos nos países não produtores.
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