Chuvas no ES amenizam a crise hídrica? Como fica o agronegócio?
Nos últimos meses, notou-se que o mundo como um todo passa por uma crise energética. Das grandes economias do mundo, Brasil, Reino Unido, União Europeia e China são os principais afetados ao longo desse período, o que, além de refletir sobre os preços da conta de luz, afeta também produtos no mercado nacional e internacional. O açúcar e o petróleo, por exemplo, bateram recordes de preços, o que vem agitando o mercado com o receio de agravamento desse fenômeno.
Os contratos futuros do açúcar bruto na Intercontinental Exchange (ICE) atingiram uma máxima de 4 anos e meio na última segunda-feira (11), uma vez que os preços de energia continuaram subindo, ainda com efeito do movimento da Petrobras (PETR4) para aumentar os preços do etanol em quase 7% na semana passada.
Esse movimento ocorre dada a relação que o açúcar tem com a energia. Sua matéria prima, a cana-de-açúcar, é um insumo essencial na fabricação de biocombustíveis. Com os preços do petróleo e de demais geradores de energia em alta, a cana é pressionada e, na outra ponta, o açúcar também acaba por ser afetado na crise energética e de combustíveis.
Na prática, o aumento dos preços da energia e o choque nos preços dos combustíveis fósseis leva as usinas de cana-de-açúcar no Brasil a aumentar a produção do biocombustível etanol de cana às custas do açúcar. Assim, mesmo sem risco de escassez, o açúcar vem sofrendo aumentos consideráveis de preços e cotações nas últimas semanas.
Mesmo em meio a esse contexto, a Alvean, maior trader de açúcar do mundo, acredita que a demanda aumentará nos próximos meses, uma vez que os países consumidores têm usado a maior parte de seus estoques disponíveis, o que no futuro, levará a maior procura para recomposição e sustentação do consumo.
Segundo a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), os especuladores de açúcar cortaram sua posição comprada líquida em 452 contratos, para 162.845 na semana até 5 de outubro. Por fim, ainda vale lembrar que o açúcar branco para dezembro fechou em alta de 2,20 dólares, ou 0,4%, em 521,90 dólares a tonelada, confirmando em mais uma frente o aquecimento no mercado desta commodity.
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