Na última semana, a ministra da Agricultura Tereza Cristina e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite lançaram o Plano ABC+, que inaugura um novo marco para a sustentabilidade no agronegócio brasileiro. Além disso, ambos indicam que o projeto será vitrine de um Brasil “real” e “verde” na Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (CoP 26), que ocorrerá no próximo mês na Escócia.
Com foco na redução de emissões de gases de efeito estufa pelo agronegócio, o novo plano prevê ações para impedir a emissão de 1,1 bilhão de toneladas de carbono equivalente pelo setor até 2030. O volume é sete vezes maior do que o previsto no plano da década passada.
Na prática, o ABC+ prevê a adoção de novas tecnologias, como terminação intensiva de bovinos, sistemas irrigados e uso de bioinsumos, e a intenção de adotar em outros 72,68 milhões de hectares as técnicas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, que vem se tornando uma pauta frequentemente debatida pelos principais líderes globais.
Nesse contexto, vale lembrar que o plano ABC+ é a segunda etapa do Plano ABC que foi realizado entre 2010 e 2020 e superou as expectativas mitigando cerca de 170 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente em uma área de 52 milhões de hectares, superada em 46,5% em relação à meta estabelecida.
Na apresentação do projeto, os ministros afirmaram que essa é uma das “mais ambiciosas políticas públicas da agropecuária do mundo”. Ainda, Tereza Cristina destacou que aproveitará a CoP 26 para fazer um “chamamento a países industrializados, por meio da cooperação internacional” para que eles ajudem a implementar os sistemas produtivos e busquem metas ambiciosas para mitigar os impactos ambientais.
Por outro lado, para o o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, esse é mais um passo rumo a economia verde, dado que o Brasil pretende alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Ainda, na cerimônia de lançamento, o presidente da Embrapa, Celso Moretti, disse que o país deve “sair das cordas” e mostrar o trabalho que já fez para contribuir com a descarbonização do planeta.
“O Brasil tem feito o dever de casa na descarbonização. Não é mais possível ficar nas cordas, com o mundo apontando o dedo [para o país], sendo que temos um programa que vem descarbonizando nossa agricultura com tecnologias”, afirmou.
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