A sustentabilidade é uma das principais pautas entre os líderes globais e as maiores economias do mundo. Nesse sentido, a mobilidade é um dos pontos de atenção, dado que o uso de combustíveis fósseis é um dos motores dos automóveis atuais. Contudo, o agronegócio pode contribuir com essa pauta: o etanol, originado da cana-de-açúcar, pode contribuir para a redução de emissões.
Se comparado com outras tecnologias de motorização, o etanol ganha vantagem em relação a emissões de gases do efeito estufa, como o CO2. E nesse segmento, o Brasil possui relevância global. Nesse contexto, o país já substituiu cerca de 48% da gasolina por etanol, por meio da mistura que atende a frota flex, que corresponde 86% do total da frota nacional, segundo a revista Agro Analisys, da Fundação Getúlio Vargas.
Nesse cenário, vale lembrar que, sem dúvidas, a eletrificação é uma tendência. No entanto, é possível combinar essa tecnologia com o etanol, por meio dos veículos híbridos. Além disso, o consumo de energia para a recarga de baterias ainda é considerável em boa parte do mundo e boa parte dessa energia ainda é gerada por meios não limpos. Por isso, esse tipo de bem pode atender melhor determinadas regiões com particularidades geográficas de políticas públicas, que devem adotar um caminho mais gradual até uma energia 100% limpa.
Na prática, o etanol pode ser uma forte alternativa para uma mobilidade mais sustentável no futuro, não apenas no Brasil, mas em todo mundo. Esse é um movimento que congrega o aproveitamento integral da cana com os investimentos em motores movidos a etanol de forma mais sustentável pela indústria automotiva.
Como abordamos anteriormente, a recente crise energética auxiliou na pressão de preços do açúcar. Isso porque a cana-de-açúcar, que produz biocombustíveis e meio de geração de energia começou a ser mais demanda.
Dessa forma, um movimento em direção ao maior uso do etanol para guiar a mobilidade pode expandir o mercado de cana-de-açúcar, pagando maior margens aos produtores e incentivando a entrada de novos agricultores nesse mercado. Com isso, a sustentabilidade é um tema que os produtores de cana devem manter no radar ao longo dos próximos meses.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória
