Com o embargo chinês às carnes brasileiras ao longo dos últimos meses, a pressão sobre os preços da carne caiu, dado que os asiáticos compram mais de 60% da proteína exportada pelo Brasil. Contudo, os valores da carne aos consumidores seguem em alta: mas quando esse fenômeno dará trégua?
A partir dos movimentos descritos acima, a cotação do boi gordo chegou a apresentar queda no patamar de 14,3% no mercado, ao longo da última semana. Além disso, para efeitos de comparação, no dia 3 de setembro, último dia útil antes do embargo, o preço da arroba estava em R$ 305,50, segundo a Scot Consultoria. Por outro lado, na quarta-feira do dia 27 de outubro, a cotação já havia recuado a patamares de R$ 257,00 em São Paulo.
Esses movimentos refletem a retenção abrupta da demanda com a decisão dos chineses. Entretanto, esses acontecimentos não foram refletidos nas prateleiras dos supermercados. Na prática, os preços da carne bovina se mantiveram, em média, 2% acima dos patamares pré-bloqueio.
Ainda, vale lembrar que, enquanto o embargo dura, a oferta de animais no mercado cresce, graças a chegada das chuvas, que diminuiu a capacidade de ganho de peso por parte dos bovinos, estimulando os produtores a aumentar a disposição da proteína no mercado. Na contramão, os preços no atacado subiram a patamares próximos de 4,5% nos primeiro vinte dias de outubro.
Com a queda nos preços dos insumos, os varejistas têm procurado recuperar um pouco suas margens operacionais, pressionadas pela alta da arroba do boi nos últimos meses. Ainda, com a extensão considerável do bloqueio chinês, as perdas dos pecuaristas sofreram acúmulo.
Segundo o Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac) feitos com base em relatórios de exportação da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os prejuízos à pecuária brasileira chegam a US$ 10,4 milhões por dia útil sob embargo.
Com isso, o segmento das altas deve permanecer nos próximos meses dados os seguintes fatores: prejuízos sofridos pelos pecuaristas ao longo do período de embargo; alta do dólar, que seguirá incentivando as exportações, aumento de custos aos produtores com as cadeias de suprimentos em período disfuncional e incertezas em relação ao andamento do embargo chinês.
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