Emprego formal acelera, mas ritmo de contratações reduz no agro
A startup capixaba Farmly está transformando a cadeia produtiva de café no estado. Conectando produtores com torrefadores de todo o mundo, a empresa já levou os cafés do Espírito Santo para mais de 15 países. Por isso, conversamos com os fundadores da Famly Adriano Salvi e Lucas Faria para conhecer a história da startup no quadro Agro Business.
Stefany: Como ocorre essa conexão? Como as amostras dos produtores chegam a vocês?
Lucas: Basicamente, a gente ajuda o produtor a vender o café direto para o torrefador. Então, não compramos os grãos para revender, como os players já existentes no mercado geralmente fazem. Cuidamos de toda a burocracia e logística, para minimizar as preocupações das partes envolvidas. Hoje, recebemos as amostras, provamos e, com a qualidade, fazemos o café do produtor chegar a qualquer torrefador. Temos mais de mil produtores na base e contato com mais de 700 torrefadores. Com isso, identificamos as demandas e o perfil dos torrefadores, enviando as amostras que mais fazem sentido para eles.
Stefany: Qual a quantidade média de café que chega para a prova? Quanto vocês distribuem para os torrefadores?
Lucas: Pedimos cerca de 2 kg de café para o produtor como amostra para que possamos provar e distribuir para os torrefadores. Ao entender a qualidade, conseguimos distribuir para um número entre 7 e 15 torrefadores que irão degustar os grãos e identificar se faz sentido para a proposta deles. Nosso lema é que não é apenas sobre o café. Queremos conectar histórias e pessoas e, com isso, fazer com que os produtores daqui tenham a sua história contada pelo Brasil e pelo mundo.
Stefany: E o que os produtores podem esperar da Famly nos próximos anos? E qual mensagem você deixa para eles?
Lucas: Estamos buscando criar um ecossistema, e não apenas um marketplace para cafeicultores e torrefadores. Queremos auxiliar na expansão da cafeicultura como um todo, atuando em frentes como logística e tornando a vida de quem está nessa cadeia mais fácil. Se você estiver fazendo qualidade, sempre tem alguém que consegue comprar.
Stefany: Mas Adriano, como surgiu a ideia de criar uma startup de café em Vitória?
Adriano: A Farmly nasceu de 2018, quando percebemos uma mudança nos rumos do mercado de café. A tendência é sempre ir pelo caminho da maior qualidade, e nós enxergamos que, mesmo com as mudanças, a cadeia ainda mantém aspectos quase que iguais se comparados há 100 anos atrás. O que fizemos foi reduzir a cadeia essa cadeia de valor. Com 2 anos de existência, chegamos a mais de 15 países, como Holanda, Alemanha, Itália, França e para o Leste Europeu. Conseguimos vender até mesmo uma saca de café para qualquer lugar da Europa.
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