Nov 2021
9
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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porStefany Sampaio

Conheça o papel do corretor de café

Para entende o papel de um corretor de café e qual a sua tarefa, conversamos com Marcus Magalhães, Presidente do Sindicato dos Corretores de Café do ES (SCCES), que possui mais de 30 anos de atuação no mercado de café.

Como ele explica, o corretor de café é, ou deveria ser, o elo entre os produtores e compradores, seja exportador, indústria ou o comerciante, por exemplo. “Corretor de café não compra nada. O corretor presta serviços e se remunera com taxas que variam entre 0,5% e 1%, dependendo dos negócios entre as partes”, disse Marcus à Agro Business.

“Essa é uma das profissões mais antigas do ramo de café. Se analisarmos o passado, há 100 anos, o corretor buscava as amostras para impulsionar as vendas internas e externas dos produtores. De acordo com a própria CLT, os corretores são regidos como agentes autônomos do comércio”, completa.

Ao analisar essa retrospectiva histórica, observa-se a sua importância como movimentador do mercado de café. Há anos, na ausência da tecnologia, não havia como o exportador chegar ao produtor sem um intermediário, era uma tarefa complexa. O corretor, então, “fazia o meio de campo” no mercado cafeeiro.

“E essa movimentação ocorria predominantemente nas grandes praças de café do Brasil, que estavam em Santos, no Rio de Janeiro, em Londrina e depois de um tempo, em Vitória. Os grandes exportadores ficavam nessas praças e os corretores faziam a conexão para os produtores que se localizavam no interior do estado ou do país”, destaca Marcus.

Nesse sentido, Marcus também destaca que, hoje, os grandes grupos que comercializam café começaram, nas gerações mais antigas, como corretores de café, o que mostra o impacto da profissão. “É uma profissão antiga e que há anos contribui para a consolidação do mercado nacional e internacional de café”, afirma.

A profissão ao longo do tempo

Ao longo do tempo, os corretores de café foram se especializando. Hoje, eles estão mais ligados aos terminais e bolsas de valores ao redor do mundo, como a B3 e a Bolsa de Nova York, alimentando de informações os comerciantes, as cooperativas e os grandes produtores.

“Atualmente, o corretor auxilia e agrega transparência ao mercado de café. Munindo as mais diversas partes das negociações com informações em tempo real, o corretor é uma peça fundamental nos negócios”, destaca.

“Além disso, o corretor é especialista em interpretar os indicadores do mercado de café e dar suporte aos produtores, clientes, exportadores e cooperativas”, acrescenta.

E o que fazer para ser corretor de café? Marcus destaca que essa não é uma tarefa tão simples quanto parece. É necessário o domínio das espécies de café, do mercado nacional e internacional, de globalização, de degustação e, claro, de negociação.

“Nessa esteira, o produtor precisa se qualificar com cursos e matérias sobre o mercado em geral e sobre os grãos que guiam a sua profissão. O café está ligado a múltiplos fatores ao mesmo tempo. Por isso, para ser um bom corretor, é necessário dominar os mais diversos assuntos. Assim, a corretagem deixa de ser um custo e vira investimento, auxiliando os agentes do mercado e agregando valor de fato aos clientes”, destaca Marcus.

Como uma profissão secular, o corretor de café ainda é peça-chave direto no mercado cafeeiro e pode agregar valor à cadeia produtiva de café capixaba e brasileira.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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