O ano de 2021 foi atípico para o setor cafeeiro. Enquanto maior produtor e exportador de café do mundo, os impactos foram sentidos por todos os participantes da cadeia, desde os produtores até os vendedores no mercado internacional. Mas esse não foi um fenômeno exclusivo para o mercado de café ou para os brasileiros. O mundo todo sofreu com os desarranjos nas cadeias de movimentação e comercialização.
Isso se reflete nas estimativas do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé): esse fenômeno custou cerca de US$ 500 milhões em vendas atrasadas em 2021.
Segundo o Cecafé, o valor destacado acima representa a receita cambial que seria obtida na venda externa de 3 milhões de sacas com embarque atrasado. No acumulado do ano até novembro o Brasil embarcou 36,3 milhões de sacas com receita cambial de US$ 5,4 bilhões, próximo do recorde histórico, de acordo com o último relatório da instituição.
O presidente do Cecafé, Nicolas Ruedas, destacou que esses desafios não possuem resolução de curto prazo. Entretanto, os exportadores venceram muitos gargalos e seguiram enfrentando essas dificuldades, se destacando no mercado internacional. Vale lembrar que, segundo a instituição, os principais desafios estão centrados no principal porto do país, em Santos, que representa cerca de 75% das exportações totais. Ainda, no mês de novembro, as demandas dos exportadores demoraram, em média, entre 4 e 5 dias para serem atendidas.
Para o próximo ano, esses gargalos ainda devem se manter. Isso porque a cadeia logística leva tempo para se reorganizar as demandas não apenas do agro, mas de diversos setores da economia que enfrentam demanda externa reprimidas dados os surtos da pandemia ao longo de 2021.
Em suma, o Cecafé destaca que, por ora, os produtores devem contar com essas condições até o fim de 2022, o que deve motivar novas formas de fazer a ponte entre o mercado interno e o mercado externo.
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