33% do território do brasileiro é protegido pelo agro, segundo Embrapa
Tudo começou por volta do ano de 1950, com o bisavô paterno de Tainara de Souza Fim. O senhor Sílvio Fim saiu da casa de seus pais imigrantes italianos, que residiam em São Roque, em Venda Nova do Imigrante, e mudou-se para uma comunidade rural conhecida como Caxixe Quente em Castelo, sul do estado. Em uma pequena propriedade começou a cultivar produtos para o sustento da família e cultivar café arábica.
Esse amor pela terra e pelo café passou de geração em geração: do bisavô Silvio para o avô Ozílio Fim para pai Enezio Fim, chegando até Tainara e seu irmão Leandro.
“Desde que me entendo por gente sempre estive envolvida com o café, minha mãe conta que quando criança me levava para a roça e me deixava dentro de um “caixote” brincando, enquanto trabalhavam”, disse Tainara a Agro Business.
A família que sempre produziu café tradicional, começou a produzir cafés especiais por volta de 2006. No início, com a falta de infraestrutura, começaram a despolpar os cafés em propriedades vizinhas que já tinham acesso a todo maquinário. Durante esse tempo, alguns acontecimentos indicaram que eles estavam no caminho certo.
“Conquistamos alguns prêmios de qualidade, o que nos motivou a continuar no ramo de cafés especiais. Com isso, renovamos as lavouras, escolhendo áreas propícias para cafés especiais, e conseguimos montar toda nossa área de processamento, investindo em estufas, com o objetivo de produzir cafés com ainda mais qualidade. Atualmente, a maior parte da produção é voltada para grãos especiais, produzimos bebidas com pontuações 88+, o que tem nos mostrado que todo esforço e dedicação vale a pena” destacou.
“Nunca pensei em sair da propriedade onde meu pai Enésio, meu avô e meus dois tios Ismael e Valdinei trabalham juntos. E mesmo hoje estando estudando no Ifes, não me vejo morando em cidades grandes. Para mim é muito significativo seguir a tradição da família! É algo que tenho prazer em dar sequência” ressalta Tainara.
Hoje, Tainara é bolsista no Laboratório de Pesquisa e Análise em Cafés (LAPC) do IFES de Venda Nova do Imigrante. Lá, ela destaca que seu conhecimento e experiência no ramo de café a fez ampliar as visões sobre as oportunidades na propriedade. Entendendo que trabalhar com café hoje não é estar apenas na produção ou em uma etapa específica, mas em todas as etapas onde ela possa colocar conhecimento científico e promover melhorias.
“Estou vivendo um sonho. Me sinto totalmente realizada com o que faço e os nossos objetivos sendo alcançados. O meu futuro não poderia ser diferente, me vejo voltando para roça, e fazendo o que tenho como paixão: trabalhar com o café.”
Quando questionada sobre qual mensagem deixaria para outras jovens do nosso estado, Tainara falou o quanto é difícil um jovem voltar para o campo, mas que ainda tem esperança e desejo de que isso ocorrerá.
“Comece de onde você está, olhe ao seu redor e veja quanto amor e determinação que as pessoas depositam no trabalho que fazem. Use o que você tiver, suas qualidades, suas habilidades e faça o que você puder, pois as melhores conquistas acontecem quando agimos com atitudes corajosas e vemos quanto as pessoas o nosso redor são gratas por elas”, concluiu.
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