Jan 2022
20
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Estado pode se tornar um dos maiores polos exportadores de café solúvel do mundo

Desde o ano de 2017, as exportações de café solúvel pelo Espírito Santo vêm crescendo ininterruptamente, a uma média de 7% ao ano, como resultado de um longo trabalho de planejamento e promoção comercial realizado pelas indústrias exportadoras, aliado ao crescimento do consumo mundial de café solúvel. Isso é o que explica Márcio Cândido Ferreira, presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV).

“O crescimento médio entre 2018 a 2021 foi de 10% ao ano. Só não foi ainda maior nos últimos cinco anos em virtude da crise econômica em 2014-2016, da pouca oferta de matéria-prima de 2016 a 2017 e, mais recentemente, à elevação expressiva dos preços dos insumos”, acrescenta Ferreira.

Para os próximos anos, a perspetiva de exportação de café solúvel se mantém positiva. Com a chegada de indústrias de café solúvel como Olam e Cacique no Espírito Santo, mais especificamente na cidade de Linhares, a projeção é que o estado responda por 45% da exportação nacional e se torne um dos principais centros de exportação de café solúvel do mundo em cinco anos.

Exportação de café despenca, mas receita se mantém estável

O total das exportações capixabas de café em 2021, sob todas as formas, foi de 4,6 milhões de sacas, resultado 28% inferior ao verificado em 2020. Enquanto isso, a receita cambial de 2021 somou 513 milhões de dólares, ficando 6% abaixo da receita do ano anterior.

Foram exportadas 3,1 milhões de sacas de café conilon, 34% a menos que no ano passado, totalizando uma receita de 302 milhões de dólares, ou 19% a menos que em 2020. De café arábica, exportou-se um total de 1 milhão de sacas, resultado 15% menor que um ano antes, computando-se uma receita cambial de 165 milhões de dólares, alta de 27% em relação a 2020.

Para o Presidente do CCCV, chama atenção o fato de que as exportações de café arábica pelo Espírito Santo seguem caindo com o passar dos anos; o volume registrado em 2021 é o menor em 22 anos e, possivelmente, o Espírito Santo não tem uma exportação de café arábica tão baixa desde o ano de 1983, mesmo com o crescimento da produção de lá para cá.

“O aparato logístico do Espírito Santo não tem sido capaz de dar competitividade para escoar a produção de café arábica local e de regiões produtoras vizinhas”, afirma Ferreira.

“Para além da estrutura logística limitada, fatores específicos que contribuíram para a redução dos embarques em 2021 foram a valorização do preço do café conilon diante de seu concorrente vietnamita e a crise logística global que impactou em rolagens de cargas, elevação do custo do frete internacional e disponibilidade limitada de contêineres”, justificou.

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