Cafeicultura brasileira conta com apenas 5% dos produtores no mundo digital
Mesmo com um cenário conturbado na logística, nos custos e com disparada de preços, o Brasil exportou café solúvel para 98 países e bate recorde de embarques e consumo interno. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), o setor exportou o equivalente a 4,09 milhões de sacas de 60 kg do produto, o que representou um novo recorde ao avançar 0,6% na comparação com as 4,07 milhões de sacas registradas em 2020, até então o maior volume alcançado.
Em termos de receita, o país obteve US$ 566,2 milhões, superando em 6,1% as divisas alcançadas no ano passado (US$ 533,6 milhões). Com esses resultados, a cadeia produtiva de café solúvel se mostrou uma das mais resilientes ao longo das novas ondas da pandemia que afetaram a economia global no ano passado.
No mercado interno, o segmento também observou uma melhoria significativa na performance, com o consumo equivalente a 985,3 mil sacas. Esse é o melhor desempenho na série histórica estatística da Abics, representando alta de 5,9% na comparação com as 930,2 mil sacas consumidas em 2020.
Segundo a instituição, os investimentos em expansão e tecnologia, a versatilidade e a maior qualidade dos produtos, que vem evoluindo ao longo dos últimos anos, foram os principais fatores que mantiveram o setor em alta, mesmo em meio a uma crise.
O diretor da Abics, Aguinaldo Lima, recorda que 2021 foi um ano marcado por grandes investimentos tecnológicos para modernização e ampliação do parque produtivo das indústrias brasileiras. Novas unidades de processamento começaram a operar no Espírito Santo e no Paraná, por exemplo, além da previsão para o início das atividades, também em solo capixaba, de mais uma unidade no início de 2023. Com isso, as perspectivas para os próximos anos ainda seguem positivas.
“Esses investimentos, somados, ultrapassam R$ 1 bilhão e geram centenas de empregos, contribuindo com o social e a economia nesses estados. Quando todas essas unidades estiverem em pleno funcionamento, no ano que vem, a capacidade de produção brasileira crescerá 18%, o que consolidará, ainda mais, o país como o maior parque industrial do mundo”, conclui Lima.
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