Em meio a preços elevados, usinas de açúcar querem segurar cotação para 2022
Em 2021, os preços das carnes seguiram pesando nos bolsos dos brasileiros. Em 2021, segundo o IBGE, o preço da carne vermelha, por exemplo, acumulou uma alta de 9,98%. Contudo, alguns cortes tiveram variações que ultrapassaram por muito os dois dígitos: o filé-mignon e o peito bovino foram os cortes com as maiores altas, registrando 25,23% e 15,11%, respectivamente. Enquanto isso, o ovo e as aves, como um dos substitutos desses produtos, observaram altas de preços ao redor de 24%.
Mas em 2022, quais as perspectivas para esse mercado?
Segundo a Associação Paulista de Supermercados (APAS), os preços dos cortes bovinos devem se manter estáveis no primeiro trimestre deste ano, enquanto a carne de frango continuará em alta e os suínos em baixa.
Para a carne de boi, os custos de produção e a trajetória dos abates são os principais fatores para a manutenção dos preços. A acomodação dos preços da soja, por exemplo, são um fator relevante, mas a nova tendência de alta do milho pode preocupar, já que esses são insumos essenciais. De acordo com a Apas, essas commodities são usadas na produção da ração dos animais. A alimentação representa 70% das despesas de criação do gado.
Ainda, em 2021, o rebanho brasileiro totalizou 221 milhões de cabeças, isto é, um recorde histórico. Ainda assim, a cesta de carnes bovinas acumulou uma inflação de 13,85% no período, devido às reduções nos abates dos animais diante da suspensão de importações de carne bovina pela China e pelo boicote a importações da proteína animal pelos países europeus.
Por outro lado, a tendência de alça nos preços do frango no primeiro semestre também segue a lógica dos maiores custos de produção, puxados não apenas pelos grãos, mas também pela escalada nos valores da energia elétrica. Em 2021, o frango registrou inflação de 27,82%. Vale ressaltar que em 2021, a produção cresceu 4,5% e a demanda internacional aumentou 11,64%. O Brasil é o maior exportador mundial de aves.
Por fim, o preço nos supermercados da cesta dos suínos teve queda de 4,38% no ano passado. Os principais fatores que colaboraram para a redução foi a desoneração da folha de pagamento do setor produtor, a isenção do imposto de importação sobre o milho e o crescimento de 4,9% em relação a 2020 no número de animais ofertados. Para o começo deste ano, espera-se a manutenção dessa trajetória. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), nos últimos 12 meses o valor negociado do suíno vivo recuou 20,84%.
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