Você sabia que o ES é o maior produtor de inhame do país?
A agropecuária capixaba, assim como a nacional foi impactada negativamente devido ao aumento dos custos de produção e diminuição do poder de compra da população brasileira.
Esses dados foram trazidos pelo Indicador de Atividade Econômica do Espírito Santo – IAE-Findes é um estudo publicado trimestralmente, que avalia a evolução do PIB capixaba de forma setorial. Além deste indicador, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) também divulgou estudo que demonstra crescimento do agronegócio nacional, mas recuo no setor pecuário.
De acordo com o estudo do Findes, a atividade econômica do Espírito Santo não só recuperou, como superou os patamares pré-pandemia. No entanto, a agropecuária reverteu a tendência de alta do ano de 2020 e foi um dos únicos setores que apresentou recuo no índice.
A retração se deve principalmente ao setor pecuário. Os aumentos dos custos de produção ocasionados pela alta generalizada das commodities, dificultaram o acesso dos produtores à insumos que não conseguiram repassar no preço devido a pressão inflacionária que vem diminuindo o poder de compra da população, e impactou o resultado anual do setor.
O impacto negativo foi tamanho em terras capixabas, que mesmo o resultado positivo da agricultura (aumento da produção e de resultados em produtos como café conilon, laranja, arroz, milho em grão e etc.) que voltou a crescer não foram suficientes para apresentar um indicador de atividade econômica positivo. Com isso, a agropecuária capixaba anualizada apresentou retração de 0,8%.
Paralelamente, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), mostra crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio, mas também com recuo na pecuária. A participação do setor no PIB nacional atinge o maior nível desde 2004.
De acordo com o Cepea, o maior acréscimo ocorreu no segmento primário agrícola, e decorreu principalmente do alto patamar dos preços, que foram impulsionados por conta das quebras de produção de culturas importantes, ocasionadas por alterações climáticas.
Segundo o centro de pesquisa, o aumento da renda só não foi maior porque, aliado ao aumento dos preços, os custos de produção também subiram, dado que pode ser confirmado ao observarmos o avanço do PIB dos insumos agrícolas.
Os pesquisadores destacaram um ponto de atenção no estudo, a desaceleração da agroindústria durante o segundo semestre de 2021, que embora tenha apresentado sinais de recuperação no primeiro semestre do ano, não conseguiu repetir a dose para a segunda metade.
Mesmo assim, por conta do já mencionado avanço dos preços, a indústria agrícola conseguiu ter um resultado positivo em 2021. Graças aos bons resultados no segmento a montante, os agrosserviços foram impulsionados igualmente.
Já o setor pecuário em 2021 apresentou um fraco desempenho (estadual e nacional), pressionado pelo aumento dos custos de produção devido a alta dos insumos, seja dentro da porteira, na agroindústria ou nos agrosserviços relacionados.
No segmento primário houve aumento, porém modesto, impulsionado pelos preços dos animais vivos e do leite que subiram.
No entanto, o aumento do faturamento nas atividades pecuárias não refletiu em aumento do PIB. Isto ocorreu, como mencionado anteriormente, devido ao avanço expressivo do custo dos insumos para a atividade pecuária.
Cepea/CNA
O Agronegócio cresceu 8,36% de 2020 para 2021.
Com os resultados positivos do ano, o agronegócio atingiu a maior participação no PIB do Brasil desde 2004 (que havia sido 27,5%), representando 27,4% de todo o Produto Interno Bruto do país.
Segmentos primário e de insumos foram destaque durante o ano, aumentos de 17,52% e 52,63% respectivamente. A agroindústria e os agrosserviços também cresceram, embora mais modestos, com aumento de 1,63% e 2,56%.
Observando o recorte por setor, o PIB agrícola avançou 15,88% de 2020 para 2021, enquanto o pecuário recuou 8,95%
IAE-Findes
A economia capixaba apresentou recuperação, superando os níveis pré-pandemia (8,1%). O setor industrial apresentou crescimento de 6,2%, enquanto o de serviços 9,2%. Na contramão, a agropecuária recuou os já mencionados anteriormente 0,8%
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