Mar 2022
26
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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Calote no radar

Nos últimos 2 meses, o Brasil embarcou em mercadorias para Rússia uma soma de US$ 503 milhões, um aumento de 231% em relação ao mesmo período do ano passado, se tornando um recorde. No entanto, a preocupação dos exportadores brasileiros têm sido: Quem vai pagar por tudo isso?

Afinal, com as sanções impostas à Rússia, que incluem o banimento do país do sistema SWIFT (principal sistema interbancário internacional utilizado para facilitar o comércio entre nações) restringem totalmente todo o dinheiro da Rússia. Com isso, os exportadores não têm ideia de quem vai pagar pelo frete que levou e irá levar a carga até lá e muito menos pela mercadoria que este navio carrega.

A possibilidade de novas operações também está descartada. Nenhuma empresa/exportador têm fechado novos contratos, dado a volatilidade dos preços, do câmbio, barril de petróleo e das commodities agrícolas e minerais.

Alternativas para o pagamento

A Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (em inglês, SWIFT), é o principal sistema de pagamentos rápidos inter-fronteiras, responsável pela transferência de trilhões de dólares por ano e força-motriz do comércio internacional.

Os Estados Unidos e alguns de seus aliados bloquearam o acesso de bancos russos ao swift, impossibilitando diversas negociações de recursos importantes para o bem-estar do país russo. A dificuldade da Rússia em fazer uso da moeda normalmente utilizada no comércio internacional, o dólar, também aumentou.

Com isso, no mercado internacional já vem sido estudado a possibilidade das operações com a Rússia serem canalizadas para a China, que têm seu próprio sistema de transferências internacionais, análogo ao SWIFT, o CIPS.

A Rússia embora não seja o maior comprador de produtos brasileiros, ocupando a trigésima sexta posição no ranking de compradores, importa cerca de US$ 1,6 bilhão em produtos por ano, desde 2018. Os principais produtos comprados são os de origem agropecuária.

No entanto, pelo viés da demanda, não haverá dificuldade por parte dos exportadores brasileiros em remanejar seus mercados de destino para os alimentos brasileiros na Europa, Oriente Médio e Norte da África. Isto ocorre porque, em períodos de crise, os países tendem a aumentar os estoques, preocupados com a questão da segurança alimentar.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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