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Com recordes no preço dos combustíveis, a procura pelo biodiesel tem crescido, e a produção tem respondido a altura. Em 2021, o crescimento foi de 5% em relação ao ano anterior e além de ajudar a mitigar os impactos das emissões no meio ambiente, o produto traz diversos benefícios a toda a economia brasileira.
O Centro de Pesquisas em Economia Aplicada (Cepea) em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos (Abiove), publicou um estudo onde detalha mais sobre os avanços e benefícios na economia brasileira; veja mais a seguir.
Trata-se de um combustível renovável produzido através de reações químicas de produtos como oleaginosas e gorduras animais, que pode ser utilizado em motores a diesel tradicionais, sem a necessidade de adaptação do motor para receber o combustível. Atualmente, a maior produtora de biodiesel do país é a empresa Olfar, com 1,24 milhão de metros cúbicos de capacidade de produção, seguida pela Granol, com 1,18 milhão.
Por ser produzido através de fontes renováveis (no Brasil, utiliza-se comumente a soja), em vez de fontes fósseis, o biodiesel pode servir como uma ferramenta para alcançarmos o carbono neutro, visto que quando queimado e consumido não gera gases do efeito estufa danosos para a camada de ozônio, zerando assim, o balanço de massa entre emissões por veículos e motores e a absorção dos gases pelas plantas.
O biodiesel, entretanto, tem um custo de produção e implementação relativamente alto. Testes realizados por prefeituras para utilização do biodiesel no transporte público, como feito na cidade de Curitiba a partir de 2008, se mostraram inviáveis de se manterem no médio-prazo, apesar de a cidade ainda possuir uma quantidade de ônibus que se locomovem através da utilização do biodiesel.
Além disso, muitos postos ao redor do Brasil, não possuem o produto a venda para o consumidor, e quando possuem, é o HVO, que é comumente encontrado a preços maiores que o óleo diesel tradicional nos grandes centros urbanos; mas vale lembrar, que desde 2008, há uma lei obrigando que na composição do diesel, precisa ter 10% de biodiesel. Ou seja, se você comprou óleo diesel nos últimos anos, já é um consumidor de biodiesel de maneira indireta.
No entanto, nas regiões interioranas, há muitos lugares em que o biodiesel é mais barato que o óleo diesel tradicional, sendo escolhido pelos produtores rurais para o abastecimento de maquinário agrícola.
Mas se é mais caro e pode danificar meu veículo, porque é importante? Justamente porque a indústria de produção de biodiesel, tem como seu principal insumo, as oleaginosas, que são produzidas em todas regiões do país e colhidas em quase toda a época do ano, sendo assim, uma importante fomentadora da economia do campo!
Também há pesquisas e movimentos em torno de melhorar a eficiência da produção, reduzindo custos tanto para a indústria, como para o consumidor final.
O governo também tem como meta, aumentar a mistura do diesel comum com o biodiesel, dos atuais 10% para 13% até 2023, impactando diretamente nos preços do óleo diesel tradicional que abastece seu veículo ou maquinário.
Há também a tendência de que, no longo-prazo, todos os combustíveis fósseis sejam substituídos por fontes renováveis, sendo assim necessário que nossa indústria acompanhe e continue crescendo neste setor, para que não fiquemos para trás quando a transição por completa ocorrer.
A cifra bilionária representa algo em torno de 2% de todo o PIB da agroindústria brasileira. Mas o avanço não é benéfico apenas para este setor, visto que os efeitos indiretos do incremento de produção na cadeia do biodiesel permeiam a economia como um todo, movimentando também o setor de serviços pós-produção contribuindo com a geração de mais R$ 20,3 bilhões.
O cálculo para tal número, envolve atividades relacionadas ao transporte do biodiesel até o consumidor final, como transporte e comercialização. A estimativa do estudo é que o impacto causado na economia é que a cada R$ 1 a mais investido na fabricação do produto, representa um incremento de R$ 4,4 ao restante da economia.
O mesmo é válido para o setor empregatício, onde a cada R$ 1 a mais incrementado na produção de biodiesel, são gerados 33 novos empregos conforme os dados apresentados pelo estudo.
O estudo realizado pelo Cepea e Abiove, será feito trimestralmente, com objetivo de levantar dados sobre a geração de PIB, empregos e comércio exterior relacionados à produção de soja e biodiesel no Brasil.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória