Além da guerra e dos problemas logísticos enfrentados pelos produtores rurais, que colaboraram com o aumento dos preços, um novo fator começa a ter peso nessa equação: o clima. Estiagens, geadas e chuvas fortes, começam a ser personagens cada vez mais frequentes do dia-a-dia do campo e impactam a precificação dos alimentos. Segundo boletim publicado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a inflação dos preços de tomate, batata, cenoura, maçã, etc. tem tido como principal responsável, as alterações climáticas. Alguns estados chegaram a registrar aumentos de 76% nos preços praticados; confira
O 3º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), referente ao mês de fevereiro, foi divulgado na última quinta-feira (17) e traz consigo um relatório detalhado sobre o clima adverso que vem causando inflação de frutas e hortaliças.
A cenoura é um dos destaques do boletim, tendo registrado os maiores patamares de preços dos últimos anos. A razão disso, se deve às frequentes chuvas que têm acontecido na principal região produtora e abastecedora de cenoura do país, São Gotardo (MG).
Já no sul do país, região conhecida também pela frequência de chuvas, além de problemas com geadas e menos frequentemente estiagens, é o polo produtor de cebola e batata e também tem registrado aumento dos preços de ambos produtos.
A batata tem destaque, pois registrou aumento em todas as regiões estudadas pelo boletim. Os mais significativos ocorreram em Recife (PE) com 76,98% de aumento do preço, e em Belo Horizonte (MG), que teve aumento de 3,59%.
O tomate manteve a tendência de alta dos preços dos últimos meses do ano passado, também devido a problemas climáticos e aumento de custos na cadeia de produção.
Com relação às frutas, o aumento de preços de maçã, melão e melancia em mercados atacadistas no mês de fevereiro se deve ao momento de oferta reduzida.
O mamão manteve seus patamares de preços mais elevados apesar de ter tido uma diminuição da demanda, já a melancia continua com a escalada, muito por conta da produção gaúcha que tem sofrido com adversidades climáticas.
As demais frutas como banana e laranja mantiveram os preços ou até tiveram diminuição, devido ao comportamento da demanda no varejo para ambos os produtos.
Em suma, os problemas climáticos se tornaram um inimigo comum do produtor rural e da segurança alimentar mundial, e devemos tomar iniciativas para combater o quanto antes e não prejudicar a nossa maior riqueza, que é o agro.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória
