Crise internacional de fertilizantes valoriza alternativas locais
Impulsionado pela demanda chinesa, o Brasil passou a aumentar o uso de confinamentos bovinos para produção de carnes. Atualmente, 25% de todos os bovinos abatidos no país, têm origem nos confinamentos. O número tem crescido exponencialmente, substituindo lentamente o tradicional método de pasto.
O boi vendido para atender o mercado chinês, que compra cerca de 50% de toda a exportação de carne bovina brasileira, está entre R$ 20 a R$ 30 reais mais caro que o boi convencional utilizado para atender a demanda doméstica. O motivo para a diferença, é por conta do fato de que o bovino exportado para a China, passa por um processo de engorda diferente do convencional.
A China só compra bovinos de até 2 anos e meio de idade, e a única maneira possível para atender o peso ideal exigido pelo mercado chinês nesse tempo, é através do uso de confinamentos para alimentação.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2021, foram abatidos 27,5 milhões de cabeças de gado no país, com 6,5 milhões de cabeças originadas de confinamentos, o que representa 23,7% de todos os abates nacionais.
O ES tem uma participação pequena nesse mercado. Segundo o Incaper, há apenas 3 iniciativas de confinamento bovino, todas no Norte do Estado. Destaca-se a NA Agropecuária, fazenda de confinamento bovino com 8000 cabeças de gado, dos produtores Nilson Alves e Vitor Alves.
O aumento do uso dessa modalidade de criação de bovinos, aumentou e ganhou ritmo em 2019, quando diversos matadouros brasileiros ganharam autorização do governo chinês para exportar seus produtos naquele mercado.
Somente naquele ano, 22 matadouros foram aprovados. Hoje, já são 37 que têm autorização para exportar carnes para a China, de acordo com dados da indústria.
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