Programa Agro Business estreia neste domingo na TV Vitória
Um dos peixes que mais apareceu na mesa dos brasileiros durante a Páscoa foi a tilápia e com bons motivos. Os peixes têm sido tratados como uma alternativa em meio ao aumento de preços de outras fontes de proteínas, e entre eles, a maior demanda fica por conta da tilápia, que segundo a Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR) deve crescer ainda mais na próxima década. No ano de 2020, foram produzidas quase 4 mil toneladas de peixes no ES – 99% do total, foi a tilápia.
Conforme relatório do Peixe BR, a cada 10 quilos de peixes consumidos no Brasil, 6,3 quilos são de tilápia. Além disso, nas exportações brasileiras de pescado, o peixe responde por 86% de todos os embarques.
Por conta disso, investidores e agentes do mercado começam a enxergá-la como uma nova commodity, principalmente pelo fato de ser uma variedade de peixe muito conhecida em diversos países e entre os principais destinos estão EUA, Canadá, Colômbia e México.
No ano passado, a produção brasileira atingiu 530 mil toneladas de peixe – um crescimento de 9,8% em relação ao período anterior -, 63% dessa produção se trata de tilápia. No entanto, os entusiastas acreditam ainda haver espaço para crescimento do mercado de peixes de cultivo doméstico, mas para isso, seria necessário contornar alguns desafios.
Entre eles, está o baixo volume de exportação de pescado do Brasil e a relativamente baixa demanda pelo peixe no mercado interno. A falta de robustez da demanda interna pode ser evidenciada quando comparamos a tilápia com outras proteínas: em termos de consumo por pessoa, o brasileiro consome em média 9,5 quilos de peixe por ano, contra 50 quilos de frango, 25 quilos de carne bovina e 18 quilos de carne suína.
Observa-se, portanto, que há espaço na dieta do brasileiro para o avanço no consumo desta proteína. Para o agronegócio, a piscicultura – especialmente de criação de tilápia – é vista como um investimento promissor e há expectativas de que o consumo interno dobre durante esta década.
O investimento é visto como promissor devido a segurança que ele possui. Segundo piscicultores do Norte do ES, a atividade é a que gera o melhor retorno dentre todas as culturas produzidas na região, superando até mesmo, o café. Isto porque, para se ter prejuízo, é necessário que ocorra um desvio de todos os protocolos de segurança da criação – algo bem difícil de ocorrer.
Para um cafeicultor ter o retorno que a piscicultura oferece, seria necessário ele produzir 80 sacas por hectare durante cinco ou seis anos. Considerando os preços atuais da saca de café, estamos falando de R$ 60 mil por 80 sacas. Já na piscicultura, se você atingir 150 mil quilos de tilápia produzidas por hectare, o retorno chega a R$ 1.200.000,00.
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