Polêmica do frango

O frango brasileiro virou tema de debate entre os candidatos à presidência da França, realizado na quarta-feira (20). Os dois candidatos se declararam contra a exportação do produto pelo acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que garante o embarque de 180 mil toneladas da ave do primeiro para o segundo bloco.

O assunto veio à tona quando a candidata de extrema-direita, Marine Le Pen, listou alguns pontos da União Europeia aos quais ela se opõe. Em seguida, o atual presidente candidato à reeleição, Emmanuel Macron, ressaltou que na época da discussão do acordo, também se posicionou de forma contrária.

Segundo o atual presidente, os franceses defenderam que as mesmas exigências feitas aos produtores locais fossem solicitadas também dos exportadores e que o Brasil não segue algumas dessas regras – como a falta de comprometimento com o Acordo de Paris (tratado mundial que visa reduzir o aquecimento global), a biodiversidade e as acusações de desmatamento.

O acordo feito em 2019, foi alvo de protestos e manifestações por parte de agricultores, ambientalistas e políticos do país na época. Os grupos declararam que o Brasil não cumpre as mesmas exigências sanitárias, trabalhistas e ambientais impostas aos produtores da Europa e que, por isso, os sul-americanos possuem uma vantagem competitiva, com preços “incomparáveis” aos dos europeus.

Os fatores apontados por eles, criam uma concorrência desleal e que os consumidores do bloco europeu estariam sendo “enganados” ao comprar produtos agrícolas do Mercosul. Em resposta às manifestações, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou que “os exportadores brasileiros de carne de frango cumprem integralmente todos os critérios impostos pelo Bloco Europeu para a importação do produto”.

A entidade ainda indicou que o Brasil embarca mais de 250 mil toneladas por ano à União Europeia e que o volume total exportado anualmente pelo Brasil representa menos de 3% do consumo europeu.