Legumes e verduras mais que dobram de preço confira os itens que mais subiram
Casas e automóveis cobertos por uma camada fina de gelo. Os registros se espalharam pelas redes sociais e encantaram os internautas. A massa polar que avança pelo Espírito Santo derrubou as temperaturas e provocou geadas em municípios das montanhas capixabas. Apesar de belo, o fenômeno causa preocupação aos produtores de café do estado. Produtores rurais capixabas já acumulam prejuízos milionários por conta da destruição das lavouras pelo frio.
Não parece, mas ainda falta muito para a chegada do inverno. A estação mais fria do ano começa no dia 21 de junho. De acordo com o Sindicato dos Corretores de Café do Estado, a chegada antecipada do frio pegou os cafeicultores de surpresa: “O mercado de clima, que deveria ser iniciado em junho/julho, já está acontecendo em maio, num momento em que o café nem sequer foi colhido, ainda está no pé.”, disse o presidente Marcos Magalhães.
Na última quinta-feira, os termômetros do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), marcaram 1,5º no distrito de Aracê, em Domingos Martins. Foi a menor temperatura registrada no Espírito Santo nos últimos 59 anos. O recorde de menor temperatura do estado é de -1,0° C, ocorrido em 14 de julho de 1963 e registrado pela estação meteorológica convencional instalada no mesmo local.
Com a previsão de frio em todo o país, divulgada pelo Inmet, os produtores passam a temer problemas em suas plantações e o tamanho do estrago que pode ser gerado nas produções locais, com as possíveis geadas.
Pouco tolerante ao frio, a cultura do café pode sofrer danos nos tecidos das folhas diante de temperaturas abaixo de zero. Um produtor de café e banana do Norte do Espírito Santo registrou um prejuízo de R$ 3 milhões devido a chuva de granizo e ventanias que atingiram a propriedade nesta semana.
Os especialistas traçam cenários com as possibilidades que estão em volta do clima. “Com a geada, as coisas se complicam. Pois estamos em um momento muito prematuro, no outono ainda. Nem sequer chegamos no inverno. Ou seja, o mercado de clima, que deveria ser iniciado em junho/julho, já está acontecendo em maio, num momento em que o café nem sequer foi colhido, ainda está no pé.”, disse o Presidente do Sindicato dos Corretores de Café do ES, Marcos Magalhães.
Os problemas climáticos podem comprometer um abastecimento mundial, principalmente pela previsão de safra reduzida. “Se tiver um clima adverso, que comprometa a maior origem de café do mundo (Brasil) pro próximo ciclo, os preços podem sofrer mais altos e baixos, deixando os produtores em uma situação delicada. Tudo que não precisamos nesse ano é passar por mais um stress climático, visto que a safra já está um pouco aquém das expectativas. ” assegurou o Presidente do SCCES.
Apesar dos riscos climáticos constantes, como secas, geadas e enchentes, poucos produtores capixabas possuem seguro em suas lavouras. Pelo menos, é o que diz Leonardo Bergamin, diretor da Alper Seguros.
Para ele, pequenos e médios produtores podem garantir o valor financeiro de sua safra e evitar prejuízos. “A seguradora garante a lavoura com base na estimativa de valor, que cobre desastres climáticos e incêndios”, exemplifica Leonardo.
Ele destaca que no Sul do país, onde existe um grande número de lavouras seguradas, mais de 700 produtores rurais que perderam parte de suas safras acionaram o seguro. “Com o seguro agrícola o produtor terá a garantia de rentabilidade e quitação dos custos de produção, evitando novos empréstimos e garantindo a sua permanência na atividade”, encerra.
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