Após 2 anos de pandemia, o Santa Jazz está de volta e começa nesta sexta-feira (03)
O mercado está cada vez mais exigente. Em 2023, o consumo de cafés especiais no Brasil deve chegar a 1,8 milhão de sacas – o dobro do que foi registrado em 2019, segundo o estudo anual “The Brazilian Market” realizado pelo banco holandês Rabobank. De olho nessa tendência, a maior cooperativa de café conilon do país, com sede no noroeste do Espírito Santo, investe pesado em melhorias nos serviços ofertados aos associados.
Por muito tempo, o café conilon foi coadjuvante. Era misturado à variedade arábica para dar uma tonalidade mais escura ao produto ofertado ao consumidor e assim surgiram os blends de café tradicional e extra-forte comuns nas prateleiras dos supermercados. Mas a Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel) entendeu que o conilon poderia não só ir direto para a xícara, como se tornar destaque.
“Dezoito anos atrás a Cooabriel realizou o primeiro concurso de qualidade de café conilon do país: o Concurso Conilon de Excelência. Na época, fomos até alvo de chacota! Mas os associados foram mudando a forma de produzir café e o ano de 2021 foi um divisor de águas. Apareceu um café de Nova Venécia de 90 pontos!”, destaca o superintendente da cooperativa Carlos Augusto Pandolfi.
Em outros concursos, cafés vencedores do tipo arábica têm alcançado até 91 pontos. Na escala da Specialty Coffee Association, que leva em conta aspectos como sabor, aroma da bebida e qualidade dos grãos, cafés com pontuação acima de 80 são considerados especiais. “Há um ano e meio começamos um trabalho muito forte para colheita no momento certo, com secagem mais lenta. Não esperávamos esse resultado tão rápido.”, comemora.
A Cooabriel conta com mais de 80 engenheiros e técnicos voltados ao atendimento dos associados. Dessa forma, oferece suporte do plantio às vendas a 6549 produtores de café do norte e noroeste do Espírito Santo e também do sul da Bahia. A cooperativa tem investido pesado para garantir a estrutura e a segurança necessárias para que os associados continuem produzindo cafés de alta qualidade.
De acordo com o superintendente, nos últimos 5 anos foram investidos R$ 36 milhões. Entre outros projetos, estão a ampliação e modernização de estruturas de recepção de cafés; aquisição de novos maquinários para armazéns e lojas, criação de uma área de cultivo para mudas clonais e a continuidade do trabalho no laboratório de solos. “Nesse laboratório, por exemplo, há o suporte para o produtor fazer a adubação correta.”.
Já existem associados vendendo café 100% conilon pronto para consumo e um mercado consumidor em crescimento. Outro reflexo do aumento na qualidade do produto é o aumento no faturamento. Em 2021, a Cooabriel bateu recorde de crescimento: o salto registrado foi de 71%. Foi o maior resultado da história da cooperativa, fundada há quase 60 anos. O ano foi encerrado com faturamento de R$ 1,3 bilhão.
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