Produtores rurais buscam novas práticas e tecnologias para aumentar a produtividade nas lavouras capixabas
A reabilitação de grandes frigoríficos impedidos, por cerca de 60 dias, de exportar carne bovina para a China promete valorizar a arroba do boi gordo. A volta das negociações com o país asiático ocorre num período de oferta reduzida – comum no inverno. O recente encurtamento das filas nos abatedouros já vem provocando elevação no preço de venda ao comércio atacadista.
Quando as temperaturas começam a baixar, os criadores de gado de corte se desfazem de grande parte do rebanho – já pronto para o abate. Essa prática ocorre para evitar o emagrecimento dos animais no período em que o pasto começa a secar. Dessa forma, aumenta a oferta de carne bovina no mercado e o preço da arroba, por consequência, diminui.
Foi justamente quando a China, um dos maiores importadores da carne bovina brasileira, suspendeu as negociações com parte dos grandes frigoríficos. O gigante asiático alegou que havia ácido nucleico do coronavírus na embalagem externa dos lotes de peças congeladas. De acordo com a Associação dos Criadores Capixabas de Nelore, esse cenário levou à queda de 15% no preço de venda do boi gordo.
“O impacto foi muito negativo. Ainda mais com o preço dos insumos subindo no mercado mundial, com a volatilidade do dólar. O custo de produção aumentou e o preço da carne diminuiu. Os criadores tiveram que fazer malabarismo para fechar as contas. Eles entraram numa estratégia de gestão muito complicada.”, afirma o presidente da associação, Tadeu Bastos Rosa.
A recente retomada das negociações deve pressionar a oferta já reduzida, em decorrência do esforço de venda dos criadores. O encurtamento das filas nos abatedouros vem provocando elevação no preço de venda do boi gordo ao comércio atacadista. Há registros de negociações fechadas com preço da arroba até R$ 2 acima da atual referência, em torno de R$297 nas vendas a prazo.
O presidente da associação comemora a valorização da arroba antes do esperado, mas afirma que é preciso cautela. “A expectativa era de iniciar a recuperação das perdas em julho. Mas de agora até agosto haverá menos pasto disponível para o gado, então os criadores terão que comprar grãos para alimentar os animais. Será necessária uma boa estratégia de gestão.”, conclui.
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