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Mais de 50 degustadores de todo o país e, ainda, da Colômbia participaram da disputa que ocorreu durante o 1º Encontro Brasileiro de Degustadores de Cafés, em Rondônia. Três dos 4 finalistas eram capixabas. Levou a melhor o extensionista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) Tássio Souza, que há mais de 10 anos se dedica a orientar o trabalho de cafeicultores do sul do estado.
Mais de 120 cafeicultores do sul do estado recebem orientações da equipe do escritório local do Incaper em Muqui, onde atua Tássio. “Provar cafés e fazer uma real avaliação todos os dias é o meu trabalho. Assim eu consigo apontar as possíveis melhorias nos lotes dos produtores e isso me dá bagagem para ir bem numa competição de grande complexidade como essa, realizada em Rondônia.”, afirma.
Mais de 50 degustadores de todo o Brasil e, ainda, da Colômbia participaram da disputa de análise sensorial de cafés arábica e conilon. Na primeira etapa, eles avaliaram 6 conjuntos com 3 xícaras de café cada e tinham que apontar, entre as 3, quais eram as duas bebidas iguais e qual era a diferente. Tássio fez a avaliação no menor tempo – 1 minuto e 15 segundos – e obteve êxito em 5 dos 6 conjuntos.
Na final, enfrentou outros dois capixabas e uma rondoniense. Dessa vez, o objetivo era identificar quais eram as duas xícaras de café diferentes entre 5. Cada um analisou 4 conjuntos com 5 xícaras. Tássio encontrou 6 das 8 bebidas diferentes e venceu. “Foi muito importante ter 3 capixabas na final. Conseguimos mostrar nacionalmente o quanto a gente se dedica. Isso traz credibilidade para as avaliações feitas no nosso estado.”, destaca.
O extensionista trabalha como degustador há 13 anos. Detém as certificações de R-Grader (conilon), Q-Grader (arábica) e mestre de torra da Coffee Quality Institute (CQI), instituição que rege todas as normas de avaliação de café do mundo. “Fruta colhida verde, por exemplo, é um problema. Na secagem, pode haver fermentações que vão culminar em sabores estranhos. Somos treinados para encontrar esses defeitos.”, explica.
O Espírito Santo é o maior produtor de café conilon do Brasil. De acordo com o Incaper, é responsável por cerca de 70% da produção nacional e por 20% da produção de todo o planeta. O estado se destaca também pela qualidade do grão. Além do apoio que recebem do poder público, cafeicultores e cooperativas capixabas de café têm contratado profissionais capacitados para obter melhores resultados.
É o caso da Cooabriel. Há 3 anos, a cooperativa com sede localizada no noroeste do estado contratou 2 degustadores certificados para avaliação dos grãos que chegam aos armazéns. “Nós já tínhamos o hábito de observar o aspecto físico. Com a chegada deles, passamos a analisar também a parte sensorial e assim conseguimos identificar problemas que antes não dava para perceber.”, ressalta o presidente Luiz Carlos Bastianello.
Bastianello considera este um passo largo para que a cooperativa conheça melhor o café produzido pelos mais de 6400 cooperados. “Nós percebemos que passamos muito tempo sem esses profissionais. Estamos trabalhando muito forte para melhorar a qualidade dos grãos, buscando informações científicas para que o nosso café não apresente diferenças sensoriais. No último concurso, em 2021, conseguimos atingir 90 pontos.”, comemora.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória