Jun 2022
16
Stefany Sampaio
AGRO BUSINESS

porStefany Sampaio

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porStefany Sampaio

Análises identificam problemas desde o cultivo e apontam possíveis melhorias

Mais de 120 cafeicultores do sul do estado recebem orientações da equipe do escritório local do Incaper em Muqui, onde atua Tássio. “Provar cafés e fazer uma real avaliação todos os dias é o meu trabalho. Assim eu consigo apontar as possíveis melhorias nos lotes dos produtores e isso me dá bagagem para ir bem numa competição de grande complexidade como essa, realizada em Rondônia.”, afirma.

Mais de 50 degustadores de todo o Brasil e, ainda, da Colômbia participaram da disputa de análise sensorial de cafés arábica e conilon. Na primeira etapa, eles avaliaram 6 conjuntos com 3 xícaras de café cada e tinham que apontar, entre as 3, quais eram as duas bebidas iguais e qual era a diferente. Tássio fez a avaliação no menor tempo – 1 minuto e 15 segundos – e obteve êxito em 5 dos 6 conjuntos.

Na final, enfrentou outros dois capixabas e uma rondoniense. Dessa vez, o objetivo era identificar quais eram as duas xícaras de café diferentes entre 5. Cada um analisou 4 conjuntos com 5 xícaras. Tássio encontrou 6 das 8 bebidas diferentes e venceu. “Foi muito importante ter 3 capixabas na final. Conseguimos mostrar nacionalmente o quanto a gente se dedica. Isso traz credibilidade para as avaliações feitas no nosso estado.”, destaca.

O extensionista trabalha como degustador há 13 anos. Detém as certificações de R-Grader (conilon), Q-Grader (arábica) e mestre de torra da Coffee Quality Institute (CQI), instituição que rege todas as normas de avaliação de café do mundo. “Fruta colhida verde, por exemplo, é um problema. Na secagem, pode haver fermentações que vão culminar em sabores estranhos. Somos treinados para encontrar esses defeitos.”, explica.

Busca por degustadores certificados para melhorar a qualidade dos grãos

O Espírito Santo é o maior produtor de café conilon do Brasil. De acordo com o Incaper, é responsável por cerca de 70% da produção nacional e por 20% da produção de todo o planeta. O estado se destaca também pela qualidade do grão. Além do apoio que recebem do poder público, cafeicultores e cooperativas capixabas de café têm contratado profissionais capacitados para obter melhores resultados.

É o caso da Cooabriel. Há 3 anos, a cooperativa com sede localizada no noroeste do estado contratou 2 degustadores certificados para avaliação dos grãos que chegam aos armazéns. “Nós já tínhamos o hábito de observar o aspecto físico. Com a chegada deles, passamos a analisar também a parte sensorial e assim conseguimos identificar problemas que antes não dava para perceber.”, ressalta o presidente Luiz Carlos Bastianello.

Bastianello considera este um passo largo para que a cooperativa conheça melhor o café produzido pelos mais de 6400 cooperados. “Nós percebemos que passamos muito tempo sem esses profissionais. Estamos trabalhando muito forte para melhorar a qualidade dos grãos, buscando informações científicas para que o nosso café não apresente diferenças sensoriais. No último concurso, em 2021, conseguimos atingir 90 pontos.”, comemora.

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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