Mais de 10 toneladas de cogumelos foram produzidas no Espírito Santo em 2021
Ao lançar mão de ferramentas tecnológicas, empreendedores capixabas encontraram soluções para antigos problemas enfrentados no campo. Em duas reportagens, você vai conhecer o trabalho realizado por 4 startups voltadas ao agronegócio fundadas no Espírito Santo que vêm ganhando destaque em todo o país e multiplicando o faturamento.
Como dizem por aí, é o olho do dono que engorda o gado. Digamos que os cientistas da computação Pedro Henrique Mannato, Rafael Bragatto e Hudson Ramos levaram a expressão ao pé da letra. Juntos eles criaram um software capaz de informar o peso de bovinos e suínos, com base em imagens capturadas por câmeras 3D portéteis.
“Essa é uma forma de monitorar com frequência e sem estresse do animal. A balança ainda é o principal instrumento de pesagem, mas ela raramente é utilizada, porque o boi tem que andar longas distâncias no pasto até chegar ao curral. O animal se estressa e ainda perde peso. Sem falar que precisa de 5 vaqueiros.”, ressalta Pedro.
O peso é o indicador de maior interesse, mas costuma ser aferido apenas 2 vezes por ano no curral, em épocas de aplicação de vacinas. Por isso, a ferramenta tem conquistado criadores até mesmo fora do Brasil. A startup começou a comercializar a licença para uso em 2019 e já tem clientes na Argentina, Paraguai e México.
Pedro comemora os bons resultados: “em 2018, nós ganhamos como a melhor startup da América Latina, no torneio TechCrunch. Nós competimos com 600 startups. Ganhamos por 4 vezes como melhor startup agro do Brasil. Fomos selecionados entre mais de 1 mil empresas para participar da aceleradora Plug and Play, no Vale do Silício.”.
Tecnologia no pasto e nas lavouras. O engenheiro de produção Welber Santana e o administrador e piloto de aviões Jeferson Pianissola perceberam que os drones poderiam ser utilizados para tornar mais eficiente e segura a pulverização de produtos químicos nas plantações. Desde 2019, já atenderam mais de 1 mil produtores rurais.
“Numa área de 20 mil hectares, a gente deixa de consumir uma tonelada de carbono e 12 milhões de litros de água. O método tradicional utiliza, para um hectare, 600 a mil litros de água no trator e a gente utiliza 2 litros apenas. Fora que o drone não gera carbono e a agente reduz em até 50% o uso de insumos.”, destaca Welber.
Além de agricultores, a startup atendem grandes empresas. Entre elas, a Suzano Papel e Celulose, com seus milhares de hectares de floresta plantada de eucalipto em Aracruz.. Ao longo dos 3 anos de trabalho, os sócios registraram aumento de quase 400% no faturamento. Em 2022, a receita deve ultrapassar os R$ 2 milhões.
Parte do montante será captada no processo de franqueamento. Em maio, os sócios lançaram em São Paulo o primeiro modelo de franquias que envolve a utilização de drones no agronegócio. Hoje a gente tem um projeto para o Brasil todo estruturado. Temos a base de hectares de cada região pra saber se dá pra replicar.”, explica Welber.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória