Gado nelore é maioria na pecuária de corte brasileira e alavanca exportações, graças a décadas de trabalho de melhoramento genético
Ao lançar mão de ferramentas tecnológicas, empreendedores capixabas encontraram soluções para antigos problemas enfrentados no campo. Em duas reportagens, você vai conhecer o trabalho realizado por 4 startups voltadas ao agronegócio fundadas no Espírito Santo que vêm ganhando destaque em todo o país e multiplicando o faturamento.
Essa forma de negociação é antiga e permanece em prática até os dias de hoje: produtores de café oferecem sacas de café em troca de insumos necessários ao cultivo. O problema é que o “pagamento” ocorre somente após a colheita, mas os capixabas Flávio Gianórdoli, Eduardo Bortolini e Arthur Fioroti encontraram uma solução.
Trata-se de uma plataforma que conecta cafeicultores, distribuidoras de insumos e exportadoras de café e permite vendas antecipadas de sacas de café de colheitas futuras. Ela garante às distribuidoras que as exportadoras vão pagar o valor fixado e informa ao produtor para quem ele deve entregar a parte reservada da produção.
“A cadeia é toda beneficiada. O produtor consegue ter um preço mais organizado, mais realista do valor futuro das sacas. O lojista é beneficiado porque passa a ter acesso às exportadoras e assim acaba conseguindo um preço maior, já acabado. As exportadoras passam a ter acesso a um café que não tinham antes.”, destaca Flávio.
Atualmente, 8 exportadoras de café, 28 distribuidoras de insumos e 480 cafeicultores utilizam a plataforma. “A gente opera há duas safras e estamos fechando a terceira. Tivemos um crescimento anual de 40%. Na safra de 2021, tivemos movimentação financeira de R$ 18 milhões com as vendas de 23 mil sacas.”, comemora.
Na plataforma idealizada pelos engenheiros florestal e civil José Eduardo Mannato e Flávio Silvério, empresários interessados em comprar frutas, verduras e legumes orgânicos se cadastram. A partir daí a equipe da startup liderada por eles fica por conta de encontrar os produtores rurais capazes de atender às demandas.
O negócio foi iniciado em novembro de 2018. “O principal motivo para estarmos fazendo isso é reduzir o desperdício de frutas, verduras e legumes ao logo da cadeia, desde a produção à comercialização. Nós identificamos que no meio do caminho há uma falta de comunicação entre quem tá comprando e quem tá vendendo.”, afirma José Eduardo.
Entre as empresas interessadas há supermercados e distribuidores, empresas que montam cestas orgânicas para delivery e marmitas, restaurantes, escolas, entre outras. Cerca de 150 estão cadastradas na plataforma, atualmente, em 5 estados. E mais de 400 produtores rurais foram mapeados pela sturtup em 7 estados.
Ao longo de quase 4 anos, a startup já direcionou mais de R$ 2 milhões aos produtores parceiros. A expectativa para este ano é de aumentar, em 5 vezes, o volume de vendas de 2021. “Se o produto chega mais barata e com qualidade ao cliente final e o produtor é valorizado, a gente cumpre a nossa proposta.”, completa José Eduardo.
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória