Brasil exporta 39,6 milhões de sacas de café e registra receita recorde de US$ 8,1 bilhões
Mais que dobrou a quantidade de sacas de café solúvel exportadas pelo Espírito Santo, em junho. Foram enviadas ao exterior quase 60 mil sacas do produto, 121% a mais do que no mês anterior. A receita avançou ainda mais: 156%, passando de US$ 10 milhões. Também houve aumento, mesmo que mais tímido, nas exportações de café conilon. As remessas do tipo arábica, no entanto, registraram queda.
As exportações de café pelo Espírito Santo apresentaram comportamentos distintos em junho. Foi o que mostrou o levantamento do Centro do Comércio do Café de Vitória (CCCV). Mais que dobrou a quantidade de sacas de café solúvel enviadas ao exterior. Saltou de 27 mil em maio para quase 60 mil sacas em junho, um salto de 121%. A receita avançou ainda mais: 156%, passando de 10 milhões de dólares.
Na comparação com junho do ano passado, houve um aumento de 33% nas remessas. Naquele mês, foram exportadas mais de 45 mil sacas do produto. Em relação à receita obtida, houve um aumento de 97% de um período para o outro. De acordo com o levantamento, em junho de 2021 foram obtidos mais de 5 milhões de dólares com as exportações do café solúvel capixaba.
Também foi registrado aumento nas exportações de café conilon, mas de forma mais tímida. Em junho deste ano, foram enviadas ao exterior 107 mil sacas, 11% a mais do que as 97 mil do mês anterior. A receita obtida com a exportação da espécie foi de 16 milhões de dólares, 7% a mais do que os 15 milhões do em maio. Mas, em relação a junho de 2021, houve uma queda de 70% nas exportações e de 47% na receita.
O arábica, porém, mostrou em junho deste ano uma queda de 4% em relação a maio de 2022, registrando quase 50 mil sacas exportadas, contra 52 mil sacas em maio de 2022. A receita obtida foi de 13 milhões de dólares, 6% inferior àquela observada no mês passado. Em relação a junho do ano passado, houve uma queda de 48% na exportação. A receita foi praticamente a mesma, de 13 milhões de dólares.
De acordo com o Centro do Comércio do Café de Vitória, o principal motivo para não ter havido queda na receita foi o aumento de preços do café arábica, em consequência da seca e da geada registradas em 2021. Quanto à queda nas exportações de café conilon, a justificativa foi a falta de competitividade da variedade, frente ao café robusta do Vietnã em junho do ano passado.
Os países para os quais o Espírito Santo mais exportou café em junho de 2022 foram: Indonésia, (com mais de 50 mil sacas, sendo 45 mil de solúvel e 5 mil de conilon), Espanha (com mais de 43 mil sacas, todas de conilon), Colômbia (com mais de 31 mil sacas, todas de conilon), Turquia (com mais de 18 mil sacas, quase todas de Arábica) e Estados Unidos (com mais de 18 mil sacas, sendo 11 mil proveniente do solúvel, 4 mil do arábica, e o restante do café conilon).
No acumulado de 2022, foram exportadas mais de 270 mil sacas de arábica (gerando uma receita superior a 73 milhões de dólares), mais de 637 mil de conilon (somando mais de 97 milhões de dólares) e mais de 197 mil de solúvel (perfazendo uma receita de mais de 28 milhões de dólares). No total, foram enviadas ao exterior mais de 1 milhão de sacas, que resultaram numa receita de 200 milhões de dólares
Para o presidente do CCCV, Márcio Ferreira, tudo indica que o ano vai terminar com um dos piores volumes de exportação de café da história, apesar do dólar alto. “Os fatores que têm atuado para esse desempenho são o déficit de produção de arábica pelo Brasil que levou à uma alta demanda por café conilon pelo mercado interno, agravados pela disruptura da cadeia logística global e seus impactos que são maiores sobre o já limitado Porto de Vitória”, justifica Ferreira.
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