Feira de agronegócio em Cachoeiro de Itapemirim segue até domingo (07)
Os investimentos em mecanização aumentaram a produção e elevaram a qualidade dos grãos. Como consequência das melhorias realizadas no manejo, a família Del Puppo passou a produzir café arábica especial. O rigor e a agilidade garantida pelas máquinas no processo pós-colheita contribuem para um produto de alta pontuação.
O terreno de 67 hectares em Afonso Cláudio, na região serrana do estado, foi adquirido para o cultivo de alho. Mas, na época, a maior rentabilidade do café fez a família Del Puppo mudar de ideia. Atualmente, a maior parte da propriedade – 47 hectares – é utilizada para a produção do grão do tipo arábica.
“Na época o café estava bem rentável, então meu pai decidiu plantar café em algumas áreas. Ele viu que era viável, foi se apaixonando pela cultura e acabou deixando de plantar o alho. Nós fomos aperfeiçoando, buscando melhorias para a propriedade, mais investimento e mecanização”, afirma o cafeicultor Waiank Del Puppo.
Com as melhorias realizadas, Waiank passou a produzir grãos de alta qualidade e com pontuação de café especial. É um produto que resulta de um cuidado maior e mais rigoroso ao longo de todo o processo. O custo de produção é mais elevado, mas em compensação o valor de mercado também é maior.
“A gente foi melhorando as máquinas e o serviço e, de repente, viu que já estava fazendo automaticamente um café especial e em grande quantidade. Muita gente fala que um café de 82, 83 pontos não é difícil de se fazer, mas quando se fala em uma quantidade de 40, 50 hectares já se torna difícil”, ressalta o cafeicultor.
O arábica leva dois anos para se desenvolver, desde o plantio até a colheita. Cerca de 30 pessoas trabalham na propriedade retirando os frutos dos pés. Em seguida, os grãos passam por uma rigorosa seleção feita com a ajuda de máquinas e depois vão para o despolpador onde permanecem por até cinco horas.
“É feita a separação dos cafés cerejas dos verdes, dos cafés que tiveram algum defeito ou, que foram furados por algum inseto. Ele é esmagado e o pergaminho sai de dentro da casca. No final, o café vai para uma caixa onde fica na água até o dia seguinte para soltar todo o mel para agilizar na secagem”, explica Waiank.
Se realizada numa estufa, a secagem do café pode demorar até 15 dias. Após essa última etapa pode ser feito então o beneficiamento. De acordo com o cafeicultor, quanto menos tempo durar todo esse processo, maior será a qualidade do grão que vai para a xícara do consumidor.
“Um dos segredos para você ter um bom café é o tempo. Quanto mais rápido você processar ele, quanto mais rápido você tirar ele da roça, passar pelo despolpador, e pela secagem, você evita que o grão entre em fermentação, uma fermentação que maléfica para o café”, destaca Waiank.
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