Conheça a trajetória dos irmãos capixabas que se tornaram os maiores produtores de inhame do Brasil
A fruta é de origem amazônica, mas se adaptou bem às montanhas capixabas. Tem produção de graviola em Itarana, São Roque do Canaã, Afonso Cláudio e Laranja da Terra. O cultivo requer muitos cuidados, mas graças à dedicação dos agricultores, a fruta de polpa branca, cremosa e azedinha brota mais de uma vez por ano.
Não se deixe enganar pela aparência rústica. Apesar da casca grossa e cheia de espinhos, a graviola requer muitos cuidados durante todo o cultivo. No inverno, as flores precisam ser abertas uma por uma e, com a ajuda de um pincel, é feita a polinização para que a fruta não cresça de forma irregular.
“É um trabalho muito minucioso, requer mais paciência. Essa é uma coisa mais difícil da graviola. Tem que colher a flor num dia, no outro dia tem que tirar o pólen e depois passar nas outras com pincel bem direitinho para a fruta vingar bem bonita como ela está aí nos pés”, explica a produtora Cirlene Trajel.
Cirlene e o marido Jocimar cultivam graviolas há mais de 15 anos na propriedade da família, em Laranja da Terra. Para garantir o bom desenvolvimento, eles protegem as frutas ainda nós pés com sacos de plástico e de papel e utilizam defensivo naturais para evitar a incidência de pragas e doenças.
O casal conta com o apoio dos técnicos do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, o Incaper. De acordo como engenheiro Agrônomo Anderson Pilon, a graviola brota mais de uma vez por ano. Em agosto e setembro, ocorre a floração e, a partir de novembro, a colheita.
“A gente recomenda plantar a graviola nos meses mais frescos, para evitar o problema de escaldadura nos troncos devido ao sol. As podas mais drásticas também devem ser feitas nesse período de abril, maio e junho. No verão a gente faz mais poda de limpeza e contenção do crescimento”, afirma Anderson.
A fruta é de origem amazônica, mas se adaptou bem às montanhas capixabas. Além de Laranja da Terra, também há produção de graviola em Afonso Cláudio, Itarana e São Roque do Canaã. De acordo com os levantamentos do Incaper, são produzidas 39 mil toneladas da fruta nesses municípios por ano.
A produção é comercializada no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. Uma caixa com 10 quilos de graviola é vendida para os atravessadores por R$ 30. Na central de abastecimento (Ceasa) da região metropolitana de Vitória, uma unidade da fruta está custando atualmente R$ 4,40, já que não é época de colheita.
De polpa branca, cremosa e azedinha, a graviola pode virar suco, creme, sorvete, doce e até chá terapêutico. É dela que sai também o sustento do casal de Laranja da Terra. “O que eu tenho hoje é graças à graviola. Tenho casa boa, carro bom. Levo meus meninos no médico. É graças à graviola”, orgulha-se Jocimar.
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