O café arábica se destaca pela complexidade de aroma e sabor. É a espécie que dá origem aos cafés considerados especiais, por isso é a queridinha dos apaixonados pela bebida. Para identificar as variedades que melhor se adaptam ao cultivo no Espírito Santo, um projeto vai processar mais de 700 amostras de grãos de arábica na próxima safra.
São chamadas de cultivares, as variedades de plantas destinadas à produção agrícola que resultam de programas de melhoramento vegetal. Um projeto do Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural em parceria com a iniciativa pretende identificar cultivares de café arábica que melhor se adaptam ao cultivo no Espírito Santo.
Foram implantadas 18 unidades experimentais de produção espalhadas por municípios de norte a sul do estado. Nelas será avaliado o comportamento de 10 cultivares de café arábica. O objetivo é verificar o potencial de produtividade de cada uma, de acordo com as condições da região, além da qualidade da bebida.
Os primeiros resultados do estudo serão conhecidos na safra 2022/2023, quando serão processadas 760 amostras de grãos de café produzidas nas unidades experimentais. Batizado de “Seleção de Cultivares de Café Arábica”, o projeto conta com o apoio de uma empresa capixaba fabricante de fertilizantes.
Todos os insumos para a adubação das lavouras do projeto, desde o plantio até a fase final de produção, são fornecidos pela Natufert. Além disso, equipes de assistência técnica da empresa realizam visitas periódicas às 18 unidades e fazem análises sobre o desenvolvimento das plantas.
“Será possível identificar o perfil sensorial, potencial produtivo e comportamento das principais cultivares plantadas no Brasil. Os resultados irão embasar o entendimento sobre quais apresentam os melhores desempenhos para cada região. É algo inédito e inovador no Espírito Santo”, destaca Otávio Araújo, coordenador técnico da Natufert.
A pesquisa também promete agregar valor aos cafés produzidos no Espírito Santo e estimular a criação de novos polos turísticos. “As pessoas vão ter interesse em provar os diferentes sabores e aromas. Isso vai movimentar estabelecimentos nas propriedades e também quem vive no entorno. Será algo transformador”, afirma Araújo.
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