Empresa capixaba líder em gestão florestal busca novas tecnologias e soluções por meio de parcerias com startups
O fruto da juçara é semelhante ao açaí tradicional, mas aqui no Espírito Santo já é conhecido como ‘açaí capixaba’. De acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), o município produz 200 toneladas por mês, durante o período da safra, que vai de abril a agosto.
A juçara é uma palmeira nativa da mata atlântica, também chamada de palmito doce ou açaí da Mata Atlântica, mas aqui no Espírito Santo é conhecida como o ‘açaí capixaba’.
A polpa do fruto pode ser usada em geléias, sorvetes, cremes, batidas, recheios de bolos e até mesmo para a produção de macarrão. Entre a plantação e primeira colheita, ela demora de seis a sete anos. Posteriormente, os frutos são recolhidos anualmente.
O fruto da juçara pode ser confundido com o açaí, por causa do seu formato, da cor e por serem resistentes. A principal diferença do açaí que vem da Amazônia, para a palmeira da juçara é que no caso do ‘açaí capixaba’ as plantas são únicas e não perfilham.
Ela costuma crescer melhor perto de outras culturas, os cachos amadurecem aos poucos e de acordo com uma Instrução Normativa criada em 2013, pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), o fruto não pode ser colhido totalmente. Um ou dois cachos devem ser deixados na planta para manter a produção.
O fruto da juçara ainda não está registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por isso alguns produtores ainda o comercializam como açaí. Contudo, o Incaper tem trabalhado para valorizar a juçara e distinguir bem os dois frutos.
De acordo com dados do Incaper, o município de Rio Novo do Sul é considerado a capital capixaba do fruto, por ser a cidade que mais produz e comercializa, seguido por Santa Teresa. São produzidas cerca de 200 toneladas por mês, durante o período da safra, que vai de abril a agosto. É o que conta o secretário de Agricultura de Rio Novo do Sul, André Barros.
“A produção na alta produtividade, na época da colheita, chega a ser 10 toneladas por dia, totalizando uma média de 200 toneladas por mês, no auge da colheita da juçara. O município de Rio Novo do Sul representa a capital da juçara no Espírito Santo. Desta forma, a gente pretende dar, ainda mais, assistência técnica e apoio aos produtores, para a implantação da juçara nas propriedades rurais, com foco no viés ambiental e econômico”.
Na propriedade da família Bortoloti, que tem 19 hectares e cerca de 50 mil pés de palmeira, em Rio Novo do Sul, o trabalho com o fruto passa por gerações há 35 anos.
Por ser uma planta resistente e que se adapta muito bem com outras nativas, para o produtor rural Vicente Bortoloti pode-se cultivá-la com o café, a banana, o cacau e o cupuaçu e com outros tipos.
Do sítio para a indústria, o beneficiamento do fruto é feito por agroindústrias da região. Na indústria da família Bortoloti, a juçara processada vem tanto da propriedade rural quanto de outros 70 produtores dos municípios de Rio Novo do Sul, Iconha, Alfredo Chaves, Iúna, Vargem Alta, Alegre e Venda Nova do Imigrante.
As sorveterias e os supermercados também são abastecidos com as polpas de juçara e açaí produzidos na região. Só de juçara são comercializadas cerca de 450 toneladas de polpa para o abastecimento deste segmento.
“Nós temos uma produção mensal de aproximadamente 10 toneladas de polpa de juçara, sendo que é a barra de 1kg e a polpa fracionada. Nós atendemos todo o Estado do Espírito Santo, bem como o Rio de Janeiro, a Bahia e Minas Gerais. O carro-chefe são as sorveterias, porém agora também estamos atendendo o ramo de supermercado, devido a procura muito grande por parte desse público”, afirmou o produtor rural Maikson Bortoloti.
Com informações do repórter Mairon Hothon Torres
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