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Irrigação das pastagens é uma prática que vem se fortalecendo em propriedades rurais do Espírito Santo. O produtor rural de Linhares, Juliano Kiepper de Jesus, apostou na técnica para aumentar a produtividade das pastagens e o bem-estar dos animais. Ele seguia a tradição familiar no cultivo de frutas, mas procurando outra atividade econômica para trilhar encontrou na pecuária a possibilidade de investimento em confinamento a pasto. Com isso, o manejo da bovinocultura de corte tornou-se mais simples do que o sistema tradicional de pastejo rotacionado.
Com o bem-estar animal e maior produtividade, o gado é aumentado sem a necessidade de ampliação da propriedade. A média nacional é de 0,8 a 1,2 unidade de animal por hectare e na propriedade do produtor rural Juliano Kiepper os resultados são acima da média, com 13 a 14 unidades.
No pasto, a irrigação é feita por aspersão e pivô-central. Desta forma, mesmo em período de inverno e estiagem que o Espírito Santo tem enfrentado, não falta água para o desenvolvimento do capim.
“A irrigação é indispensável no processo produtivo de uma pecuária de ponta e tecnológica porque não temos uma distribuição uniforme o ano todo do período chuvoso. Com a irrigação das pastagens, é possível conseguir um linear mais homogêneo de produtividade durante o ano todo e, com isso, aumentar a rotação, o bem-estar animal e a lucratividade na fazenda, alcançando assim margens próximas com a fruticultura”, explicou o produtor Juliano Kiepper.
De acordo com o veterinário Felipe Sesana, a produtividade da irrigação das pastagens deve ter uma sinergia com a lucratividade. “Equilibramos o clima e também a chuva dentro do sistema de produção. A planta depende de fotossíntese para produzir matéria seca para conseguir ter lotação e produtividade de arroba de quilo de carne por hectare. Nós buscamos subir um degrau de tecnologia, fazer um básico bem feito: solo, planta e, agora, chegando a eficiência da irrigação”, disse.
O manejo do capim é considerado uma parte muito importante na interação com o gado. Juliano Kiepper explica que se não houver o manejo, não é possível ter uma colheita no período certo. Segundo ele, o capim tem um momento ideal de colheita, sendo bem parecido com o processo que acontece quando uma fruta é colhida no ponto de maturação.
A técnica do manejo também contribui para que o produtor entregue aos consumidores um produto de maior qualidade. “O meu cliente compra a carne de melhor qualidade porque trabalhamos com um sistema natural e ecológico. As pesquisas mostram que o pH da carne muda quando se tem um animal manejado a pasto e bem nutrido”, afirmou Juliano.
A irrigação que muitos acreditam ser a maior tecnologia é, na verdade, a última etapa a ser cumprida em um sistema de produção pecuário. Antes de todos os demais cuidados relativos ao planejamento da propriedade, deve-se ficar atento à genética animal, o manejo do rebanho, a recuperação e adubação das pastagens.
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