Fortes ventos destroem lavouras no ES e podem afetar próxima safra de café
Neste mês o Espírito Santo decretou estado de atenção para o período de escassez hídrica em cursos de água. De acordo com a Defesa Civil Estadual, os municípios de Alfredo Chaves, Iconha, Marataízes, Piúma e Rio Novo do Sul já solicitaram a decretação de estiagem. Pela falta de chuva e extensa estiagem que tem atingido os municípios do sul do Espírito Santo, produtores já sentem os prejuízos na produção do alimento para o gado.
É o caso do Gustavo de Oliveira Marcolan que precisou comprar suplemento para suprir a deficiência do pasto ofertando minerais ausentes no solo da sua propriedade, que fica no limite dos municípios de Rio Novo do Sul e Cachoeiro de Itapemirim. “Isso gera um custo muito alto de produção e não são todos os produtores que têm condição de arcar com o custo”, afirmou.
Com isso, ele percebeu que os bezerros da propriedade estão mais leves e as vacas vão demorar um pouco mais para emprenhar, já que as nascentes e os córregos estão com menor vazão e os piquetes não conseguem irrigar de forma adequada por conta do volume de água.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Rio Novo do Sul, André Barros, destacou que o município já está com mais de seis meses de estiagem, o que tem dificultado a produção do alimento para o gado nas propriedades rurais.
“Na época das chuvas os produtores que têm capim e pastagem acabam comprando o bezerro e boi de pasto garantindo a produtividade da propriedade. Por ter uma maior procura no período em que a pastagem é abundante, o preço do animal fica mais caro. Já no período da estiagem funciona ao contrário. Os produtores não têm capim suficiente, por isso precisam vender o animal já que não tem como alimentá-lo adequadamente”, disse.
A Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), por meio de uma resolução, recomendou que as prefeituras de todo Estado adaptem os seus códigos municipais visando à proibição e à penalização de atividades que desperdiçam água.
Fazem parte das sugestões, a lavagem de vidraças, calçadas e veículos com o uso de mangueiras; a rega de gramados e jardins; o resfriamento de telhados com umectação ou sistemas abertos de troca de calor; e umectação de vias públicas e fontes de emissão de poeiras, exceto fontes de reuso de águas residuais.
Por conta da seca e a falta de pasto, muitos animais estão sendo vendidos por um preço abaixo do mercado para evitar a perda dos animais. O médico veterinário especializado em agronegócio Felipe Sesana dá dicas para permitir a produtividade da fazenda mesmo frente à incerteza hídrica.
Ele afirma que dentre os investimentos que podem ser realizados estão um sistema próprio de irrigação das pastagens e locais apropriados para estocagem de alimento animal.
“O planejamento anual impede que o estresse alimentar aconteça. É importante alinhar o objetivo traçado com a produtividade da fazenda, pois sabemos que em todos os anos acontece o período de chuvas e o de estiagem. Para potencializar e corrigir esses efeitos multifatoriais que a fazenda tem, é essencial ter a prevenção hídrica e o estoque alimentar para uma qualidade de solo mais adequada”, explicou o médico veterinário, Felipe Sesana.
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